Muito antes do celular
Basta olhar com um pouquinho de atenção
para o mundo à nossa volta e fica fácil perceber: as tecnologias de comunicação
estão cada vez mais presentes em nossas vidas.
Telefones celulares com mil e uma
funções, internet rápida, tablets, conexão sem fio...
Enviar e receber informações é o
que está por trás de todas essas invenções.
Cerca de 400 anos atrás, para uma
mensagem sair de um lugar e chegar a outro, ela precisava ser escrita em um
papel, que era transportado por um mensageiro do lugar onde a coisa aconteceu
até o lugar onde estava a pessoa que seria informada sobre aquilo.
Uma das maiores invenções humanas, o
sistema de correios – surgido na Inglaterra
no final do século 17 – permitiu
dividir os custos de todas as mensagens trocadas, pois o mesmo mensageiro podia
entregar vários bilhetes. [...]
No mesmo século, a invenção dos jornais
tornou possível receber informações sobre muitas coisas diferentes, que haviam
acontecido em lugares diversos. Todas eram transmitidas ao mesmo tempo, graças
a uma central (o jornal) que recebia cartas de correspondentes em diversos
lugares, o tempo todo.
Só que, apesar desses dois grandes avanços
na forma como as informações podiam ser compartilhadas, as mensagens ainda
dependiam da velocidade dos meios de transporte para chegar ao seu
destinatário, fosse uma pessoa ou um jornal.
A saída inovadora e revolucionária para
esse problema foi a invenção da telegrafi a (tele quer dizer “a distância”, e
grafi a signifi ca “escrita”). Foram elaborados sistemas de semáforos em que
letras são formadas por bandeirolas dispostas de maneiras específi cas. [...]
A partir do final do século 18, na
França, foram instaladas “linhas” de semáforos, capazes de transmitir mensagens
ao longo de centenas de quilômetros. [...] Já em meados do século
19, a descoberta da indução
eletromagnética permitiu ligar dois pontos muito distantes por um fio condutor
de eletricidade, dando origem à telegrafi a por fi o. [...]
Com o desenvolvimento desta tecnologia,
foi possível deitar cabos no leito dos oceanos, conectando todo o mundo através
do telégrafo. E esse foi o ponto de partida para o surgimento de meios de
comunicação como telefone, rádio e TV. [...]
Qual é o assunto desse texto?
A) A evolução das tecnologias de
comunicação.
B) A forma de funcionamento do
telégrafo.
C) A importância das tecnologias
de comunicação.
D) A invenção do sistema de
correios.
Leia o texto abaixo.
A capital mineira tem Lourdes e Savassi, com suas ruas arborizadas,
lojas de grife e cafés charmosos; a Pampulha, com obras de Oscar Niemeyer;
restaurantes estrelados, que não deixam nada a desejar em relação a outras
metrópoles [...]. Mas uma das melhores coisas de BH não está nos lugares. E sim
nos moradores, que, com sua simpatia e o jeitim devagarim de falar, fazem
questão de manter o clima de cidade do interior.
Nesse texto, a expressão “jeitim
devagarim” foi utilizada para
A) destacar a passagem do tempo
na capital mineira.
B) fazer uma crítica à linguagem
formal.
C) ironizar as características
das pessoas de BH.
D) representar a forma de falar
dos mineiros.
Do bonde ao automóvel
Depois das primeiras locomotivas, veio o
bonde, um veículo elétrico muito usado para o transporte público. No Brasil, o
bonde foi muito comum nas principais cidades. Hoje, poucos ainda funcionam. O
mais charmoso deles é o que vai até o alto do bairro de Santa Tereza, no Rio de
Janeiro. É um passeio superlegal, experimente!
Em 1863, surgiu o metrô. Foi uma revolução
e tanto. Afinal, os vagões do metrô andavam por baixo da terra! Hoje, nas
grandes cidades, o metrô é a melhor forma de transporte, porque não polui o ar
e com ele você fica longe dos terríveis congestionamentos de trânsito.
Mas, em matéria de transporte, o grande
passo mesmo foi dado pelo alemão Karl Benz, que inventou o carro, em 1885. Mas
era tão caro, tão caro, que só em 1908 as pessoas puderam começar a comprá-lo.
Nesse texto, a frase que
apresenta uma opinião é:
A) “Depois das primeiras
locomotivas, veio o bonde,...”. ( . 1)
B) “... o bonde foi muito comum
nas principais cidades.”. ( . 2)
C) “É um passeio superlegal,...”.
( . 4)
D) “Em 1863, surgiu o metrô.”. (
. 5)
Escolas americanas atrasam aula para
manter jovem ligado
Jilly dos Santos bem que tentava chegar à
escola no horário. Programava o alarme de seu telefone para tocar três vezes
sucessivas. Deixava de tomar o café da manhã.
Maquiava-se às pressas já no carro,
dirigido por seu pai irritado. Mas poucas vezes no ano passado conseguiu chegar
ao seu colégio, o Rock Bridge High School, em Columbia, Missouri, antes do
primeiro sinal, às 7h50.
Então ela soube que as aulas iam começar
ainda mais cedo, às 7h20. “Pensei: ‘Se isso acontecer, eu morro’”, lembrou a
estudante de 17 anos. [...] Foi quando a adolescente com déficit de sono virou
ativista do sono, decidida a convencer o conselho de ensino de uma verdade que
conhecia desde o íntimo de seu corpo cansado: adolescentes são movidos por seu
próprio desenvolvimento físico a se deitar tarde e acordar tarde.
O movimento iniciado há quase 20 anos
para fazer as aulas do ensino secundário começarem mais tarde vem ganhando
força em comunidades como Columbia. Centenas
de escolas em todo o país vêm cedendo ao acúmulo de evidências dadas por
pesquisas sobre o relógio biológico adolescente. [...]
Novas evidências sugerem que o adiamento
do início das aulas traz benefícios.
Pesquisadores na Universidade do
Minnesota estudaram oito colégios em três Estados antes e depois da mudança.
Resultados indicam que quanto mais tarde
as aulas começam, melhor é o desempenho dos alunos em vários quesitos,
incluindo saúde mental, índices de acidentes de carro, frequência escolar e, em
alguns casos, aproveitamento e notas em provas padronizadas.
Quando o cérebro se desenvolve e a
atividade hormonal aumenta, adolescentes que dormem oito horas diárias
regularmente podem aprender melhor e têm menos chances de se atrasar,
envolver-se em brigas ou sofrer lesões esportivas. Dormir bem também pode moderar
sua tendência a tomar decisões de modo impulsivo ou arriscado.
Durante a puberdade, a melatonina, o
hormônio “do sono”, é liberada mais tarde nos adolescentes, razão pela qual
eles só sentem sono por volta das 23h. A sonolência pode ser adiada ainda mais
pela luz azul estimulante dos aparelhos eletrônicos, que engana o cérebro,
levando-o a continuar desperto, como que com a luz do dia, atrasando a
liberação da melatonina e o adormecimento. O estudo do Minnesota observou que
88% dos alunos levavam seu celular para o quarto.
Resistentes à mudança, muitos pais e
alguns estudantes dizem que ela faz os treinos esportivos terminarem tarde,
prejudica empregos de alunos que trabalham e reduz o tempo de que dispõem para
fazer lição de casa. A resistência se deve, dizem estudiosos, ao ceticismo
quanto ao caráter essencial do sono.
Sobre o sono dos adolescentes, o
autor desse texto afi rma que
A) as escolas americanas atenderam
às reivindicações de Jilly dos Santos.
B) as luzes dos aparelhos
eletrônicos ajudam os adolescentes a dormir mais.
C) os adolescentes das escolas
americanas se tornaram ativistas do sono.
D) os alunos têm melhor
rendimento escolar quando acordam mais tarde.
Sandy Island – a ilha que não existia e
como ela foi parar no Google Earth
No Google Earth, um ponto preto indicava
a presença de uma ilha, no sul do Oceano Pacífico. Contudo, quando um grupo de
pesquisadores australianos resolveu ir até lá, só encontrou água. O mistério de
Sandy Island começou em 1876 e tem enganado navegadores até hoje. Mas como uma
mentira dessas foi parar no sistema de mapas do Google?
Um navio baleeiro chamado Velocity foi o
primeiro a identificar a ilha, em 1876, conforme conta o Live Science. Ela
então fez parte dos mapas da Marinha Inglesa, a partir de 1908, sendo incluída
no banco de dados da World Vector Shoreline, sistema desenvolvido pela Marinha
norte-americana e uma das bases do Google Maps. O problema é que Sandy
Island nunca existiu.
Especula-se que o Velocity tenha visto
não uma ilha, mas uma área de pedra-pome, uma rocha flutuante, de baixa
densidade, formada por lava resfriada – o que é bastante provável, dada a
existência de diversos vulcões na região. Assim, por um erro bobo, a falsa existência
de Sandy Island foi perpetuada nos sistemas digitais, sendo uma das maiores farsas
de todos os tempos.
A informação principal desse
texto está presente no trecho:
A) “... um grupo de pesquisadores
australianos resolveu ir até lá,...”. (ℓ. 2-3)
B) “Um navio baleeiro chamado
Velocity foi o primeiro a identificar a ilha,...”. (ℓ. 6)
C) “O problema é que Sandy Island
nunca existiu.”. (ℓ. 9-10)
D) “... uma rocha flutuante [...]
formada por lava resfriada...”. (ℓ. 12)
Por que tanta pressa?
A primeira palavra que me vem em mente
quando penso na vida moderna é dispersão.
Existe uma competição constante pela
nossa atenção entre os produtores de novas tecnologias, de comida, de roupas;
há uma necessidade crescente de estarmos “ligados” com o que está acontecendo,
e já não basta rádio e televisão; tem que ser pelo Facebook, pelo Twitter, pelo
Google Plus e um bando de outras redes sociais. [...] Se esquecemos nosso
celular em casa, é como se tivéssemos perdido um dedo ou outra parte do corpo.
[...]. [...] Sei que isso está
parecendo papo de velho, atravancado com os avanços tecnológicos.
Mas não é nada disso; eu mesmo
tenho todos os brinquedos tecnológicos que existem e os uso como todo mundo,
com muito prazer. [...]
Muita gente me pergunta se o tempo está
mudando, passando mais rápido. Essa é uma percepção psicológica da passagem do
tempo, que nada tem a ver com a passagem física do tempo. A duração do dia muda
muito lentamente, e muda no sentido inverso, aumentando e não diminuindo,
devido à fricção gravitacional das marés causadas pela atração entre Terra, Lua
e Sol. O tempo está passando mais rapidamente, ou assim o percebemos, porque
cada vez temos menos controle sobre ele. O ócio1 é algo [...] quase que pecaminoso [...].
Olhar para o céu é algo que raramente
fazemos, especialmente nas grandes cidades. [...]
Para resgatarmos nosso controle
sobre o tempo, é necessário retornarmos à natureza, criarmos espaço para a
contemplação das formas de vida, das árvores, das fl ores e animais; [...]
A ideia defendida pelo autor
desse texto está relacionada à
A) ausência da natureza no
ambiente urbano.
B) criação de espaços para
observação da natureza.
C) competição entre produtores de
tecnologias.
D) velocidade da passagem do
tempo.
É verdade que o açaí é uma das frutas mais
calóricas que existem?
Não é, não. Só para comparar, 100 gramas
da fruta têm em média 65 calorias. É o mesmo que 100 gramas de manga ou de
maçã, e bem menos que 100 gramas de banana (105 calorias), de abacate (162
calorias) ou do supercalórico tamarindo (230 calorias). Mas de onde vem a má
fama do açaí? “O que torna o açaí consumido nas lanchonetes bastante calórico é
a adição de outros ingredientes no preparo da polpa, como açúcar e xarope de guaraná”,
explica o químico Hervé Rogez, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e autor do
livro Sabor Açaí.
O famoso açaí “na tigela”, popular na
região Sudeste, é preparado justamente com essa polpa turbinada. E com uma
agravante: muitas vezes, o açaí vem acompanhado de outras delícias, como banana
e granola, que aumentam muito o total de calorias [...]. Mas não entre na neura
de ficar contando calorias que nem louco. Vale a pena comer açaí de vez em
quando, porque ele é supernutritivo. “Primeiro, o açaí tem ação antioxidante –
ele é tão bom quanto o vinho para retardar o envelhecimento. Segundo, sua
gordura é saudável, semelhante à do azeite de oliva, e faz bem ao sistema
cardiovascular”, afirma a nutricionista
Cynthia Antonaccio [...]. Sem
contar que a fruta é rica em fibras, manganês, cobre, cálcio, magnésio,
proteínas e potássio.
Uma última curiosidade sobre a fruta é
que seu modo de consumo no Norte e Nordeste do país é bem diferente. Nessas
regiões, suco de açaí é misturado à farinha de mandioca ou tapioca. O produto
final é um mingau meio doce, que os nortistas adoram comer com peixe frito.
O termo em destaque no trecho
“... não entre na neura...” (ℓ. 10-11) significa
A) algo que incomoda.
B) ideia fixa.
C) limitação.
D) mania de perseguição.
Mãe
De patins, de bicicleta,
de carro, moto, avião
nas asas da borboleta
e nos olhos do gavião
de barco, de velocípedes
a cavalo num trovão
nas cores do arco-íris
no rugido de um leão
na graça de um golfinho
e no germinar de um grão
teu nome eu trago, mãe,
na palma da minha mão
Pré-história
Mamãe vestida de rendas.
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém:
Cai no álbum de retratos.
Esses dois textos tratam
A) da lembrança das brincadeiras
de criança.
B) da presença da mãe em todos os
lugares.
C) do sentimento de perda do filho.
D) do sentimento do eu lírico com
sua mãe
DESCRITORES E GABARITO
1.D6-A
2.D18-D
3.D14-C
4.D4-D
5.D9-C
6.D7-D
7.D3-B
8.D20-D