O Diário de Anne Frank
Domingo, 14 de
junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que
ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de
aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não
contava.) meu aniversário. Mas não me
deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até
quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar,
onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.
Pouco depois das sete horas, fui ver
papai e mamãe e, depois, fui à sala abrir meus
resentes, e você foi o primeiro que vi, talvez
um dos meus melhores presentes. [...] De papai e mamãe ganhei uma blusa azul,
um jogo, uma garrafa de suco de uva [...] e uma carta da vó, que chegou na hora
certa, mas, claro, isso foi só uma coincidência. [...]
1.De acordo com esse texto, a
menina acordou cedo porque
A) a avó mandou uma carta.
B) a gata se esfregou na perna
dela.
C) era o dia do aniversário dela.
D) foi comprar presente com os
pais.
Máquinas voadoras
O ser humano sempre admirou a capacidade
de voo dos pássaros. Ao longo da história, há vários registros de tentativas de
voo, sempre frustradas, mas que deixaram clara a busca do homem pela conquista
dos ares. É até engraçado imaginar como eram essas tentativas, imagine só: usar
um par de asas feitas de madeira e penas, imitando as asas dos pássaros que
eram colocadas nos braços e a ideia é que se movimentassem como asas. Agora
pode mesmo parecer engraçado, mas eles levavam muito a sério!
O fato é que quem primeiro pensou em
algum instrumento mais viável para voar, através de um estudo científico, foi
Leonardo da Vinci, que criou um protótipo de avião no século XV.
Outro fato marcante para a história da
aviação foi a invenção dos planadores, por Otto
Lilienthal. [...]
Entre essas máquinas voadoras
maravilhosas, não podemos nos esquecer dos balões, que viraram “febre” em 1783,
ano da primeira ascensão de um balão tripulado. O problema que logo ficou
evidente é que não havia como controlá-los, e nem sempre eles desciam onde as
pessoas queriam.
Este problema foi solucionado somente cem
anos depois, em 1898, quando o brasileiro
Alberto Santos Dumont construiu o
primeiro balão semirrígido, chamado de dirigível. Tinha forma de charuto e seu
motor era movido à gasolina. Os dirigíveis foram usados para fi ns comerciais
por algum tempo, até que um de seus modelos mais famosos, o Zeppelin, pegou fogo
ao pousar em um aeródromo dos EUA. Finalmente, o parente mais próximo do avião
que conhecemos hoje foi aos ares pela primeira vez em 1906: era o 14 Bis,
também criado por Santos Dumont. [...]
2. De acordo com esse texto,
Leonardo Da Vinci criou
A) o parente mais próximo do
avião.
B) o protótipo de um avião.
C) os balões.
D) os planadores.
A estranha passageira
– O senhor sabe? É a primeira vez que eu
viajo de avião. Estou com zero hora de voo – e riu nervosinha, coitada.
Depois pediu que eu me sentasse ao seu
lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. [...]
Madama entrou no avião sobraçando um monte
de embrulhos, que segurava desajeitadamente. [...] Depois não sabia como
amarrar o cinto e eu tive que realizar essa operação [...].
Afinal estava ali pronta pra viajar. Os
outros passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu
embaraço ante as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se
estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas. [...] Olhava para trás, olhava para
cima, mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e
empurrou o encosto com força, caindo para trás e esparramando embrulhos para
todos os lados.
O comandante já esquentara os motores e a
aeronave estava parada, esperando ordens para ganhar a pista de decolagem.
Percebi que minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa. Logo
veio a pergunta:
– Quem é essa tal de emergência que tem
uma porta só pra ela?
Expliquei que emergência não era ninguém,
a porta é que era de emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por
ela.
Madama sossegou e os outros passageiros já
estavam conformados com o término do “show”. Mesmo os que mais se divertiam com
ele resolveram abrir jornais, revistas ou se acomodarem para tirar uma pestana
durante a viagem.
Foi quando madama deu o último vexame.
Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janela para ver a paisagem)
e gritou:
– Puxa vida!!!!!
Todos olharam para ela, inclusive eu.
Madama apontou para a janela e disse:
– Olha lá embaixo.
Eu olhei. E ela acrescentou:
– Como nós estamos voando alto, moço. Olha
só... o pessoal lá embaixo até parece formiga.
Suspirei e lasquei:
– Minha senhora, aquilo são formigas mesmo.
O avião ainda não levantou voo
3. Em relação à experiência de
viajar de avião pela primeira vez, a mulher estava
A) assustada.
B) desanimada.
C) insatisfeita.
D) irritada
A forma mais usada no mundo é o “hahaha”,
que simula o som produzido pela risada. Suas variações, como o “hehehe”, também
são bastante disseminadas. Isso não impede que alguns países tenham sua própria
versão, como jajaja (nações de língua espanhola), (Grécia) e wakaka (Indonésia),
dependendo de como pronunciam o som de “R”. Em alguns lugares, é importante que
a risada seja precedida de uma ou duas outras letras: “ahaha” na Itália, [...]
por exemplo. Países de língua inglesa também usam o LOL, que significa “laughing
out loud” (“rindo alto”). A sigla foi utilizada pela primeira vez nos anos 80.
4. Qual é o assunto desse texto?
A) Como a risada é escrita em
várias línguas na internet.
B) A pronúncia do “R” na
Indonésia.
C) A origem da expressão hahaha.
D) Quando as gírias virtuais
foram usadas pela primeira vez.
Você me faz um favor? Pois não!
Outro dia, contou-me uma amiga que uma
senhora norte-americana, procurando alugar apartamento em São Paulo, tinha
entrado em contato telefônico com umas três ou quatro imobiliárias e que
nenhuma delas quis atendê-la. Sendo inquirida sobre de onde tinha tirado essa conclusão,
respondeu:
Toda vez que telefonava e dizia: – “Vocês
podem me alugar um apartamento”, a resposta era sempre a mesma: – “Pois não.”
Aí, eu desisti.
5. O humor desse texto está
A) no pedido feito pela
norte-americana.
B) na resposta dada pelas
imobiliárias.
C) na vontade da norte-americana
de alugar apartamento.
D) no entendimento da resposta
pela norte-americana
Muito antes do celular
Basta olhar com um pouquinho de atenção
para o mundo à nossa volta e fica fácil perceber: as tecnologias de comunicação
estão cada vez mais presentes em nossas vidas.
Telefones celulares com mil e uma funções,
internet rápida, tablets, conexão sem fi o...
Enviar e receber informações é o que está
por trás de todas essas invenções.
Cerca de 400 anos atrás, para uma mensagem
sair de um lugar e chegar a outro, ela precisava ser escrita em um papel, que
era transportado por um mensageiro do lugar onde a coisa aconteceu até o lugar
onde estava a pessoa que seria informada sobre aquilo.
Uma das maiores invenções humanas, o
sistema de correios – surgido na Inglaterra no final do século 17 – permitiu
dividir os custos de todas as mensagens trocadas, pois o mesmo mensageiro podia
entregar vários bilhetes. [...]
No mesmo século, a invenção dos jornais
tornou possível receber informações sobre muitas coisas diferentes, que haviam
acontecido em lugares diversos. Todas eram transmitidas ao mesmo tempo, graças
a uma central (o jornal) que recebia cartas de correspondentes em diversos
lugares, o tempo todo.
Só que, apesar desses dois grandes avanços
na forma como as informações podiam ser compartilhadas, as mensagens ainda
dependiam da velocidade dos meios de transporte para chegar ao seu
destinatário, fosse uma pessoa ou um jornal.
A saída inovadora e revolucionária para
esse problema foi a invenção da telegrafia (tele quer dizer “a distância”, e
grafi a signifi ca “escrita”). Foram elaborados sistemas de semáforos em que
letras são formadas por bandeirolas dispostas de maneiras específi cas. [...]
A partir do fi nal do século 18, na
França, foram instaladas “linhas” de semáforos, capazes de transmitir mensagens
ao longo de centenas de quilômetros. [...] Já em meados do século
19, a descoberta da indução
eletromagnética permitiu ligar dois pontos muito distantes por um fi o condutor
de eletricidade, dando origem à telegrafi a por fi o. [...]
Com o desenvolvimento desta tecnologia,
foi possível deitar cabos no leito dos oceanos, conectando todo o mundo através
do telégrafo. E esse foi o ponto de partida para o surgimento de meios de
comunicação como telefone, rádio e TV. [...]
6. Nesse texto, no trecho “...
que haviam acontecido...” (ℓ. 12), o termo destacado retoma
A) coisas diferentes.
B) grandes avanços.
C) invenções humanas.
D) mensagens trocadas.
O craque sem idade
Quando acabou a etapa inicial do jogo
Brasil x Paraguai, o placar acusava um lírico, um platônico 0 x 0. Ora, o
empate é o pior resultado do mundo. [...] Acresce o seguinte: de todos os
empates o mais exasperante é o de 0 x 0. [...]
Súbito, o alto-falante do estádio se põe a
anunciar as duas substituições brasileiras: entravam Zizinho e Walter. Foi uma
transfiguração. Ninguém ligou para Walter, que é um craque, sim, mas sem a
tradição, sem a legenda, sem a pompa de um Ziza. O nome que crepitou, que
encheu, que inundou todo o espaço acústico do Maracanã foi o do comandante
banguense. Imediatamente, cada torcedor tratou de enxugar, no lábio, a baba da
impotência, do despeito e da frustração. O placar permanecia empacado no 0 x 0.
Mas já nos sentíamos atravessados pela certeza profética da vitória. Os nossos
tórax arriados encheram-se de um ar heroico, estufaram-se como nos anúncios de
fortificante.
Eis a verdade: a partir do momento em que
se anunciou Zizinho, a partida estava automática e fatalmente ganha. Portanto,
público, juiz, bandeirinhas e os dois times podiam ter se retirado, podiam ter
ido para casa. Pois bem: veio o jogo. Ora, o primeiro tempo caracterizara-se
por uma esterilidade bonitinha. Nenhum gol, nada. Mas a presença de
Zizinho, por si só, dinamizou a
etapa complementar, deu-lhe caráter, deu-lhe alma, infundiu-lhe dramatismo. Por
outro lado, verificamos ainda uma vez o seguinte: a bola tem um instinto
clarividente e infalível que a faz encontrar e acompanhar o verdadeiro craque.
Foi o que aconteceu: a pelota não largou
Zizinho, a pelota o farejava e seguia com uma fidelidade de cadelinha ao seu
dono. [...]
No fim de certo tempo, tínhamos a ilusão
de que só Zizinho jogava. Deixara de ser um espetáculo de 22 homens, mais o
juiz e os bandeirinhas. Zizinho triturava os outros ou, ainda, Zizinho afundava
os outros numa sombra irremediável. Eis o fato: a partida foi um show pessoal e
intransferível.
E, no entanto, a convocação do formidável
jogador suscitara escrúpulos e debates acadêmicos. Tinha contra si a idade, não
sei se 32, 34, 35 anos. Geralmente, o jogador de 34 anos está gagá para o
futebol, está babando de velhice esportiva. Mas o caso de Zizinho mostra o
seguinte: o tempo é uma convenção que não existe [...] para o craque. [...] Do mesmo
modo, que importa a nós tenha Zizinho dezessete ou trezentos anos, se ele
decide as partidas? Se a bola o reconhece e prefere?
No jogo Brasil x Paraguai, ele
ganhou a partida antes de aparecer, antes de molhar a camisa, pelo
alto-falante, no intervalo. Em último caso, poderá jogar de casa, pelo telefone.
7.No trecho “Ora, o primeiro
tempo caracterizara-se por uma esterilidade bonitinha.” (ℓ. 14 15), o uso do
diminutivo no termo em destaque sugere:
A) admiração.
B) deboche.
C) suavidade.
D) tamanho.
Caixa que vira árvore
A caixa de papelão, quem diria, também
virou semente. Pelo menos é isso que pretende o cientista americano Paul
Stamets que criou uma linha de embalagens que, depois de usada, se transforma
em árvore. Para isso, basta enterrar a caixa no solo e regar. A germinação é
garantida por meio de sementes e aditivos impregnados nas paredes da embalagem.
A venda foi limitada aos EUA e ao Canadá para evitar a exportação de espécies
florestais invasoras.
8. A finalidade desse texto é
A) divulgar uma campanha
ambiental.
B) fazer propaganda de um
produto.
C) dar uma informação.
D) ensinar uma tarefa.
Não estresse: você tem mais tempo do que
pensa
Um novo livro ensina a usá-lo bem – sem
estresse nem ansiedade Se seu dia está curto demais para tantas tarefas, há uma
solução simples, embora de aplicação difícil: mude-se para Vênus. Lá, o dia
dura 243 vezes a duração do dia na Terra [...]. Imagine só. Daria para
trabalhar, pegar um cineminha, encontrar os amigos, cuidar do cachorro, tirar
uma soneca depois do almoço [...]. Deve ser por isso que nunca se viu um venusiano
reclamar de estresse. Diante das 5 832 horas do dia de Vênus, é compreensível que
os terráqueos se queixem tanto de seus dias de 24 horas. Segundo a escritora
americana Laura Vanderkam, porém, reclamamos de barriga cheia. Seu livro 168 hours. You have
more time than you think (168 horas. Você tem mais tempo do que pensa), ainda
não lançado no Brasil, tornou-se best-seller defendendo duas teses incomuns em
obras sobre organização do tempo. A primeira é que somos bem menos ocupados do
que imaginamos. A segunda é que a melhor maneira de aproveitar bem o tempo é
não se preocupar tanto assim com ele.
Nossa vida é tão corrida que livros sobre
como administrar o tempo se tornaram um gênero à parte nos últimos anos [...].
Em geral, eles partem de uma premissa: o dia é curto para tantas tarefas. A
melhor maneira de lidar com isso, segundo eles, é preenchê-lo [...].
De forma rigorosa, cumprindo todas as
tarefas de trabalho sem procrastinar e planejando o tempo restante para
aproveitar cada segundo com a família [...] ou praticando esportes. [...]
9. A informação principal do
Texto 1 está no trecho:
A) “Se seu dia está curto demais
para tantas tarefas, há uma solução simples, embora de aplicação difícil: mude-se
para Vênus.”. (ℓ. 1-2)
B) “... o dia dura 243 vezes a
duração do dia na Terra...”. (ℓ. 2)
C) “... nunca se viu um venusiano
reclamar de estresse.”. (ℓ. 4-5)
D) “Seu livro 168 hours [...]
tornou-se best-seller defendendo duas teses incomuns em obras sobre organização
do tempo. ”. (ℓ. 7-10)
Minha gente
Quando vim, nessa viagem, ficar uns
tempos na fazenda do meu tio Emílio, não era a primeira vez. Já sabia que das
moitas de beira de estrada trafegam para a roupa da gente umas bolas de
centenas de carrapatinhos, de dispersão rápida, picadas mil malditas e difícil
catação; que a fruta mal madura da cagaiteira, comida com sol quente, tonteia
[...]; que uma cilha bem apertada poupa dissabor na caminhada; que parar à
sombra da aroeirinha é ficar com o corpo empipocado de coceira vermelha; que,
quando um cavalo começa a parecer mais comprido, é que o arreio está saindo
para trás, com o respectivo cavaleiro; e, assim, longe outras coisas. Mas
muitas mais outras eu ainda tinha que aprender. [...]
10. Nesse texto, no trecho “...
trafegam para a roupa da gente...”, a palavra destacada tem o sentido de:
A) espalhar.
B) grudar.
C) subir.
D) transferir
GABARITO E DESCRITORES
1.D11-C
2.D1-B
3.D4-A
4.D6-A
5.D16-D
6.D2-A
7.D19-B
8.D12-C
9.D9-D
10.D3-D
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