Relato: Manoel de
Barros
Hoje eu completei oitenta e cinco anos. O
poeta nasceu de treze. Naquela ocasião escrevi uma carta aos meus pais, que
moravam na fazenda, contando que eu já decidira o que queria ser no futuro. Que
eu não queria ser doutor. Nem doutor de curar nem doutor de fazer casa nem
doutor de medir terras. Que eu queria era ser fraseador. Meu pai ficou meio
vago, depois de ler a carta. Minha mãe inclinou a cabeça. Eu queria ser
fraseador e não doutor. Então, o meu irmão mais velho perguntou: Mas esse tal
de fraseador bota mantimento em casa? Eu não queria ser doutor, eu só queria
ser fraseador. Meu irmão insistiu: Mas se fraseador não bota mantimento em
casa, nós temos que botar uma enxada na mão desse menino pra ele deixar de
variar. A mãe baixou a cabeça um pouco mais. O pai continuou meio vago. Mas não
botou enxada.
Manoel de Barros – Memórias
inventadas. São Paulo: Alfaguara, 2018.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens
– Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018.
p. 41-2.
Entendendo o relato:
01 – O que o poeta Manoel de
Barros quis dizer ao afirmar que, desde cedo, já queria ser fraseador?
Ele
quis dizer que desde menino já queria ser poeta.
02 – Que frase do texto confirma
que Manoel de Barros se descobriu poeta quando era adolescente?
“O poeta nasceu de treze”.
03 – Releia o trecho a seguir.
“[...]
escrevi uma carta aos meus pais, que moravam na fazenda, contando que eu já
decidira o que queria ser no futuro. Que eu não queria ser doutor. Nem doutor
de curar nem doutor de fazer casa nem doutor de medir terras.” Responda:
a) Quais
profissões o poeta descarta ao afirmar que não queria ser “doutor de curar”,
“doutor de fazer casa” nem “doutor de medir terras”?
As
profissões de médico e de engenheiro.
b) Na carta que
escreveu aos pais, o autor afirma a eles o que não quer ser antes de contar o
que queria ser no futuro. Em sua opinião, que motivo o levou a usar essa
estratégia?
Resposta
pessoal do aluno.
04 – Ao receberem a carta, pai,
mãe e irmão tiveram reações diferentes. Identifique a reação de cada um.
O pai ficou meio vago, a mãe abaixou a cabeça e o irmão
questionou a possibilidade de se ganhar a vida como fraseador.
05 – Releia esta pergunta do
irmão do poeta.
“Mas
esse tal de fraseador bota mantimento em casa?”.
a) Ao fazer essa
pergunta, que tipo de preocupação o irmão manifesta?
Manifesta
preocupação com a remuneração do trabalho e se ele pode garantir a
sobrevivência.
b) Ao manifestar
essa preocupação, o irmão de Manoel também revela sua opinião sobre o trabalho dos
poetas. Qual seria essa opinião?
O irmão
de Manoel provavelmente considera que esse trabalho não remunera o suficiente
para garantir a sobrevivência de quem o pratica e dos que dele eventualmente
dependem. Pode até considerar que ser poeta não é um trabalho.
06 – Na sociedade em que vivemos,
há quem considere o poeta um artista, uma pessoa de grande sensibilidade,
alguém que lida bem com as palavras. Mas há também aqueles que o consideram um
sonhador, alguém que não tem os pés no chão ou julguem que sua atividade é
irrelevante. O que você pensa sobre esse assunto?
Resposta
pessoal do aluno.
07 – O pai seguiu o conselho do
irmão do poeta? O que o pai demonstrou com essa atitude?
Não. Com essa atitude, o pai demonstrou respeitar a decisão
do filho.
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