Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi
para o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não está
exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém relatos feitos
por pessoas diversas a respeito de suas experiências de vida. Observe como o
texto conversa com O diário de Zlata.
Eu ia pro Mackenzie,
né? Então eu tinha que sair cedo, porque começava meio-dia, meio-dia e pouco,
saía de casa onze horas, então tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E
como é que eu sabia que era hora do almoço? O Ipiranga era um bairro fabril. Tinha
muitas fábricas e tocava a sirene. Quando tocava a sirene, era hora de almoçar,
então me lembro um dia, eu estava brincando no quintal, tinha um quintal lá, e
tocou a sirene. Eu disse: “Ué! Tá muito cedo. Será que eu me enganei?”. Então,
eu disse pra minha mãe: “Tá na hora?”. Ela também ficou espantada. Aí olhamos o
relógio, e era cedo. Era dez horas, talvez um pouco depois das dez. Era cedo. “Será
que tá certo o relógio?”. O único relógio da casa, né? “Então, eu vou no Bar
Azul”, que era um bar... tem até hoje lá, era só atravessar a rua, tinha um bar
azul na esquina, que lá tinha um outro relógio. Quando eu atravessei a rua, e
estava me aproximando do Bar Azul, eu ouvi tocar no rádio do Bar Azul, tava
tocando o Hino Nacional. Me bateu, acabou a guerra! Realmente, era aquele dia
oito de maio, né?, de 1945, em que terminou a Segunda Grande Guerra.
A Força
Expedicionária Brasileira voltou, e fez um desfile no Anhangabaú, e meu pai me
levou pra ver, né? E depois, aí era... olha... uma festa. A guerra terminou.
Toda aquela desgraça, né? Então, realmente, assim, foi inesquecível, né?
Disponível em: .
Acesso em: 13 abr. 2018.
1. Com base no relato, descreva o local em que morava o falante.
2. É possível
deduzir sua idade no momento em que ocorreu o fato relatado? Explique sua
resposta.
3. Que
importante fato histórico ocorreu na data escolhida para o relato?
4. Uma ação
que fugia da rotina levou Jaime a perceber que estava acontecendo algo
diferente naquele dia. Que ação foi essa?
5. Foi
preciso que alguém explicasse a Jaime o que estava acontecendo?
Justifique.
6.Que expressão usada pelo falante revela a maneira como ele
interpretava os acontecimentos que antecederam aquele dia?
7. Que acontecimentos,
ocorridos após o fato, ficaram na memória do falante?
8. Aponte
semelhanças e diferenças de conteúdo entre os relatos do médico e de Zlata.
9. Para
estudar fatos antigos, costumamos recorrer a livros de História, enciclopédias,
reportagens etc. Você acha que o diário de Zlata e o relato de Jaime são
documentos confiáveis para estudarmos os fatos históricos abordados? Por quê?
GABARITO:
1.Ele morava no Ipiranga, um bairro
fabril da cidade de São Paulo. Sua casa tinha quintal e ficava perto do Bar
Azul.
2. Na época, o falante era uma
criança, porque relatou que estava brincando no quintal quando ouviu o som das
sirenes.
3. O final da Segunda Guerra
Mundial.
4. As sirenes das fábricas começaram
a tocar mais cedo, antes da hora do almoço.
5. Não. Jaime, já alertado pelas sirenes,
concluiu, ao ouvir o Hino Nacional, que a guerra tinha terminado.
6. Aquela desgraça toda.
7. O retorno da Força Expedicionária
Brasileira e seu desfile no Anhangabaú.
8. Os dois relatos mostram a visão de crianças a
respeito de fatos históricos muito relevantes, ambos conflitos armados. Zlata, porém,
aborda uma guerra que atingia diretamente sua família, portanto era motivo de
desespero, enquanto Jaime fala de uma guerra travada longe de sua casa, já em
seu final, por isso o tom é mais leve.
9. Resposta
pessoal.
FONTE: ORMUNDO, Wilton Se liga na língua: leitura,
produção de texto e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo, Cristiane
Siniscalchi. 6º ano — 1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018. PAG. 30.
Bom
ResponderExcluirSou gey
ResponderExcluir🤔eu sou uma minina
ExcluirE o que temmm???
ExcluirVlw
ResponderExcluirAmei mim ajudou muito obgd
ResponderExcluirJá responde
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