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domingo, 10 de novembro de 2019

ARTIGO DE OPINIÃO TEORIA INTERPRETAÇÃO A INDIFERENÇA QUE É VANDALISMO


Artigo de opinião
       O artigo de opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posicionamento diante de algum tema atual e de interesse de muitos. É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e admissíveis.
Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são de total responsabilidade do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado com a veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final.
        É muito comum artigos de opinião em jornais e revistas. A leitura é breve e simples, pois são textos pequenos e a linguagem não é intelectualizada, uma vez que a intenção é atingir todo tipo de leitor.
       Uma característica deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo, acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas. Como dito anteriormente, a linguagem é objetiva e aparecem repletas de sinais de exclamação e interrogação, os quais incitam à posição de reflexão favorável ao enfoque do autor. Geralmente, é escrito em primeira pessoa, já que trata-se de um texto com marcas pessoais e, portanto, com indícios claros de subjetividade, porém, pode surgir em terceira pessoa.



A indiferença que é vandalismo

Havia no Museu Nacional muito mais dedicação do que se possa mensurar por parâmetros
cretinos de gestão
Paulo Roberto Pires, Revista Época œ 07/09/2018

       "No Brasil ainda não começou a demonstrar-se verdadeiro empenho em conservar igrejas, capelas, simples casas ou simples objetos que se recomendem por algumas recordações históricas“, escreve Joaquim Manuel de Macedo em Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro, livro que é um roteiro por ruas e lugares históricos cariocas baseado em crônicas escritas para o Jornal do Comercio. "Destruímos esses tesouros do passado sem dó nem piedade“, prossegue o doutor Macedinho, "e, quando os não destruímos, deixamos que o tempo os destrua sem nos lembrarmos de que há uma espécie de indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo.“
      O que motiva a reflexão dura num texto saboroso é a penúria em que então se encontrava a Capela do Menino Deus, erguida em 1742 e tida como pedra fundamental do primeiro convento das carmelitas descalças na cidade. Quem se dispusesse a visitá-la deveria então vencer um portão que, da Rua de Matacavalos, dá em "um pátio de triste aspecto“. Não se gastam lá mais de dez minutos, observa o autor de A moreninha, que  adverte: "Voltareis desagradavelmente impressionados pela pobreza ou quase miséria“ e  "pela ruína que a ameaça e que nos ameaça de perder nela“. Ah, sim, Macedo escreve em 1862.
       Não vai no cronista reclamação baldia ou improvável dom divinatório. Talvez devamos a ele a perspicácia de registrar a força destrutiva do descaso já no Império, que, imbuído de espírito civilizatório, criou em 1818 o Museu Nacional. Esse mesmo que foi destruído em 2 de setembro de 2018, data a se lembrar como resultado da vigência de muitas formas – e por muitas gerações – daquele mesmo desapreço. Ou, para usar o termo de Macedo, da "indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo“.
       Na última vez em que estive no museu, em fevereiro do ano passado, fui tomado, como milhares de pessoas, pela memória da infância – foi meu primeiro museu. Me impressionaram, como a Macedo na Matacavalos, a precariedade física e a sensação da ruína ameaçadora. E, também, o empenho de quem frequentava aquele palácio com abnegação, dos pesquisadores ao porteiro que me ofereceu café antes de me guiar por um labirinto de salas.
       Fui até lá para entrevistar Moacir Palmeira, sociólogo e antropólogo, personagem importante na biografia do editor Jorge Zahar que eu então escrevia. Com a pressa caricata do jornalista, sempre oprimido por um deadline real ou imaginário, estranhei que, mesmo sendo vizinhos de rua, ele tivesse marcado o encontro no museu, onde desde o final dos anos 1960 é professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, o mais importante do Brasil.
       Quando entrei em sua sala de trabalho, repleta de estantes e com o ar-condicionado a meia bomba, entendi tudo. Não é que o museu fosse uma extensão de casa: o museu era, efetivamente, sua casa. O lugar ideal para lembrar quando, com 20 e poucos anos, começou a coordenar uma coleção de ciências sociais na Zahar. Seu mundo intelectual era aquele, na documentação de pesquisa que não vi e torço para ter sido preservada, nas centenas de livros que de vez em quando ele consultava, só passando os olhos, na tentativa de confirmar alguma informação ou elucidar um episódio de nossa conversa.
     A monumental cápsula de passado que se foi, parte mais vistosa e popular do Museu Nacional, funcionava de par com uma usina de futuro que, mesmo avariada, não deixará de produzir. Terá de enfrentar as dores da reconstrução física, óbvias, e superar os labirintos burocráticos que deram seu tanto de contribuição para a tragédia. É improvável que falte ânimo aos que lá trabalham.
       É preciso, no entanto, armar-se contra o inimigo insidioso que Macedinho detectava  no século XIX: a indiferença que é vandalismo. E que, ao contrário do que sugerem os  cínicos e oportunistas, não parte dos dirigentes da instituição ou mora na alma do brasileiro. A indiferença agressiva, isto sim, estrutura um governo que tem o anti-intelectualismo como  ideologia e a vendeta política como modus operandi. E que já decretou, pela repetição  tendenciosa de planilhas e números, que o culpado é a vítima – ou seja, a UFRJ.
Disponível em: http://www.epoca.globo.com/paulo-roberto-pires/a-indiferença-que-e-vandalismo-23045475. Acesso em: 15 out. 2018.








ALUNO:..................................................................................................................DATA..............
1. Retire do texto uma citação.
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2. Retire do texto um exemplo de D.D.
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3. Para que foram usadas as aspas nos exemplos acima?
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4.Retire o texto um fragmento que indique que o texto é um texto subjetivo, com marcas pessoais, ou seja escrito em 1ª pessoa.
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5. Quem escreveu o texto?
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6.  O emprego das aspas, recurso gráfico comum na linguagem escrita, está condicionado a situações de uso preestabelecidas. No texto tal recurso foi utilizado diversas vezes, como, por exemplo, em:  "No Brasil ainda não começou a demonstrar-se verdadeiro empenho em conservar igrejas, capelas, simples casas ou simples objetos que se recomendem por algumas recordações históricas“ ou em  "Destruímos esses tesouros do passado sem dó nem piedade" Marque a alternativa que melhor justifique o uso das aspas nos exemplos citados do texto I:
a) Para conferir destaque a uma palavra ou expressão empregada fora de seu contexto habitual.
b) Para ressaltar a ocorrência de empréstimos linguísticos (palavras estrangeiras) no texto,
sobretudo quando não estiver disponível a opção "itálico“.
c) Para indicar nomes de publicações (científicas, literárias, da mídia) ou de obras artísticas.
d) Para antes e depois de uma citação textual. As aspas, nesse caso, indicam uma mudança de emissor do discurso.
e) Para realçar palavras ou expressões irônicas, em sentido figurado, apelidos, termos de  gíria e populares.
7. Considerando a presença do discurso citado, analise as alternativas e escolha a afirmação correta:
a) Em "Voltareis desagradavelmente impressionados pela pobreza ou quase miséria“ o jornalista se apropria do discurso alheio de modo indireto para referendar seu posicionamento denunciando que  descaso com os prédios antigos ocorreu também no passado.
b) Em "pela ruína que a ameaça e que nos ameaça de perder nela“ é possível averiguar o uso do discurso indireto em que o jornalista se apropria do texto alheio para analisar o conteúdo ali exposto.
c)  Quando o articulista utiliza o seguinte trecho "Destruímos esses tesouros do passado sem dó nem piedade“, do escritor Joaquim Manuel de Macedo percebemos o uso do discurso indireto livre.
d) Em "e, quando os não destruímos, deixamos que o tempo os destrua sem nos lembrarmos de que há uma espécie de indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo." , temos o discurso direto, seu uso pretende criar um efeito de verdade, conservando a integridade do discurso citado.

8   "No Brasil ainda não começou a demonstrar-se verdadeiro empenho em conservar igrejas, capelas, simples casas ou simples objetos que se recomendem por algumas recordações históricas“, escreve Joaquim Manuel de Macedo

É possível perceber que o trecho acima entre aspas comporta palavras não ditas pelo autor do texto em questão, mas por outro autor. Como esse recurso é nomeado e qual é a sua finalidade?
a) Citação – serve para fornecer credibilidade às palavras e aos argumentos do autor.
b) Paródia – recurso humorístico aplicado a partir da recriação de um texto.
c) Paráfrase – reescrita de um texto, mantendo o seu significado original.
d) Discurso indireto – recurso bastante utilizado em textos literários, eficaz para imprimir fluência e ritmo.
e) Discurso indireto livre – utilizado, com liberdade artística, para produzir um efeito estético,
com pouca preocupação denotativa.

9.  Para mostrar ao leitor a extensão do problema do "descaso com os prédios históricos",  o autor faz uso de vários recursos argumentativos EXCETO:
a) exemplificação com um fato amplamente divulgado pela mídia.
b) uso de dados estatísticos obtidos em pesquisa institucionais.
c) apropriação de outras vozes em forma de citação.
d) menção de fatos históricos como forma de comparar o passado e o presente.
10.A alternativa que não apresenta opinião é:
a) Talvez devamos a ele a perspicácia de registrar a força destrutiva do descaso já no Império.
b) O que motiva a reflexão dura num texto saboroso é a penúria em que então se encontrava a Capela do Menino Deus, erguida em 1742.
c) Voltareis desagradavelmente impressionados pela pobreza ou quase miséria.
d) Esse mesmo que foi destruído em 2 de setembro de 2018.
11. evidencia-se uma opinião do narrador em:
a)    "No Brasil ainda não começou a demonstrar-se verdadeiro empenho em conservar igrejas, capelas, simples casas ou simples objetos que se recomendem por algumas recordações históricas“
b) . "Destruímos esses tesouros do passado sem dó nem piedade“
c) "e, quando os não destruímos, deixamos que o tempo os destrua sem nos lembrarmos de que há uma espécie de indiferença que um pouco se aproxima do vandalismo.“
d) foi meu primeiro museu. Me impressionaram, como a Macedo na Matacavalos, a precariedade física e a sensação da ruína ameaçadora





12. "Destruímos esses tesouros do passado sem dó nem piedade“, O pronome destacado no fragmento retirado do primeiro parágrafo  se refere a:
A) jornal do comércio
b) crônicas escritas
c) igrejas, capelas, simples casas
d) cidade do Rio de Janeiro

13. "Talvez devamos a ele a perspicácia de registrar a força destrutiva do descaso já no Império", as alternativas abaixo possuem o mesmo significado da palavra destacada EXCETO:
a) inteligência
b) astúcia
c) inépcia
d) sagacidade




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