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quinta-feira, 4 de maio de 2017

A MALA DE HANA CEREJA 6º ANO P. 99

      
A MALA DE HANA 

       Toda semana havia uma nova restrição. Judeus não podiam frequentar o parque de diversões. Nem os campos de esporte. Nem os parques públicos. Logo, Hana não podia mais ir ao ginásio. Até mesmo o lago em que esquiavam estava proibido. Suas amigas — todas gentis — no começo também ficaram tão perplexas quanto Hana com as regras. Ainda se sentavam lado a lado na escola e aprontavam travessuras juntas dentro da classe e na hora do recreio.
        — Ficaremos juntas para sempre, não importa o que aconteça — prometeu Maria, a melhor amiga de Hana. — Não vamos deixar que ninguém nos diga com quem vamos brincar!
        Mas, aos poucos, conforme os meses se passavam, todas as colegas de Hana, inclusive Maria, pararam de visitá-la depois da escola e nos fins de semana. [...]
        Com cada amigo perdido e a cada nova restrição, Hana e George sentiam que seu mundo ficava um pouco menor. Eles estavam bravos. Eles estavam tristes. E estavam frustrados.
       — O que podemos fazer? — perguntavam aos pais. — Para onde podemos ir?
Mamãe e Papai fizeram o seu melhor para distrair as crianças, para ajudá-las a descobrir novas brincadeiras.
        — Nós temos sorte — disse Mamãe —, porque temos um grande jardim. Vocês podem brincar de esconde-esconde. Podem balançar
árvores. Podem inventar jogos. Podem brincar de detetive nos depósitos. Podem explorar a passagem secreta. Adivinhar charadas. Sejam gratos um pelo outro!
        Hana e George eram gratos por terem um ao outro e também por brincarem juntos. Mas isso não aliviava a tristeza de não poderem mais fazer o que faziam antes nem ir àqueles lugares onde costumavam ir. Num lindo dia de primavera quando o sol brilhava, os dois sentaram no quintal, dia dos, brincando com a grama. De repente, Hana começou a chorar.

       — Não é justo! — gritou. — Eu odeio isso! Quero que tudo volte a ser como antes! Arrancou um punhado de grama e jogou as folhas no ar. Olhou para o irmão. Sabia que ele estava tão triste quanto ela.
       — Espere aqui — disse ele. — Eu tenho uma ideia.
Minutos depois, George estava de volta, com um bloco de papel, uma caneta, uma garrafa vazia e uma pá.
       — Pra que tudo isso? — perguntou Hana.
       — Talvez, se escrevermos todas as coisas que estão acontecendo com a gente, fiquemos mais aliviados.
       — Isso é bobagem — respondeu Hana. — Não vai trazer nem o parque nem a diversão de volta. E não trará Maria de volta.
       Mas George insistiu. Ele era, no fim das contas, o irmão mais velho, e Hana não tinha nenhuma outra ideia. Então, nas horas seguintes, as crianças derramaram sua infelicidade no papel,  George escrevendo e Hana falando. Fizeram listas das coisas que faziam falta e das coisas que os enfureciam. Fizeram listas de todas as coisas que fariam e de todos os lugares para onde iriam quando aqueles tempos terríveis acabassem.
      Quando terminaram, George pegou as folhas de papel, enrolou-as num tubo, colocou-as dentro da garrafa e fechou-a com uma rolha. Então, os dois andaram até a casa, parando embaixo do balanço duplo. Ali, Hana cavou um grande buraco: seria aquele seu esconderijo da tristeza e da frustração. George colocou a garrafa dentro do buraco e Hana cobriu-a de terra. Quando acabaram, o mundo parecia um pouquinho mais claro e brilhante, pelo menos naquele dia.

(A mala de Hana – Uma história real. São Paulo: Melhoramentos, 2007.)

1. No momento retratado pelo texto, os judeus estão vivendo uma série de restrições.
a) troque ideia com os colegas de classe: o que foi o holocausto durante a Segunda Guerra Mundial?
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b) No texto, os judeus foram proibidos de ir ao parque de diversões , aos campos de esportes e parques públicos. O que essas restrições representavam para eles?
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2. Aos poucos, Hana e George iam perdendo os amigos.  Levante hipóteses: por que as outras crianças se afastaram dos dois?
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3. Apesar da situação difícil,  a mãe das duas crianças dizia: “- Nós temos sorte(...) porque temos um grande jardim”.
a) Tomando como base esse comentário, como você caracteriza a mãe das crianças?
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b) O que a fala da mãe faz supor a respeito de outras crianças judias?
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c) O que o jardim representava para os dois irmãos?
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d) Que sentimentos as duas crianças experimentavam?
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4. Ponha-se no lugar das personagens e responda: Qual a importância da Hana e George “ terem um ao   outro” como dizia a mãe?
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5. George tem uma ideia: escrever listas.
a) Que tipos de listas as crianças escrevem?
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b) Para ela, que significado tinha escrever essas listas?
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6. Você já deve ter visto filmes em que as personagens lançam mensagens  ao mar, acondicionadas em garrafas. Em situações assim, com que finalidade as mensagens são enviadas?
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7. No texto, Hana e George acondicionaram as listas dentro de garrafas.
a) Por que as garrafas foram enterradas?
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b) Na sua opinião, as crianças tinham realmente a intenção  de preservar as listas? Por quê?
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c) Quando as crianças escreviam, elas tinham em mente algum leitor em especial?
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8. A obra da qual foi extraído o texto  é baseada em fatos reais. As listas e as garrafas, afinal acabaram cumprido o seu papel? Por quê?
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18 comentários:

  1. Olá tem como postar as respostas?

    Obrigada

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  2. Gostari5que colocasse as respostas! Obrigada!

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  3. Põe a resposta aí! Tem gente querendo saber!

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  4. Manda as respostas pofavor😀😉

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