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sexta-feira, 14 de abril de 2017

FÁBULA A FORMIGA BOA INTERPRETAÇÃO 6º ANO RIO

A FORMIGA BOA

     Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
    Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
    A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
   Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique, tique, tique...
   Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num chalinho de paina.
    – Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
    – Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
    A formiga olhou-a de alto a baixo.
    – E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
    A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.
    – Eu cantava, bem sabe...
    – Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
    – Isso mesmo, era eu...
    – Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou.
    Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
     A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

    LOBATO, Monteiro. Obra infantil completa – 3 – São Paulo, Brasiliense

Responda às questões sobre “A Formiga Boa”.

1. Explique o sentido das expressões destacadas, retiradas de trechos da
fábula, composta por Monteiro Lobato.
a – “Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.”
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b – “Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.”
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2. Qual é o efeito de sentido de “tique, tique, tique...”, na última frase do segundo parágrafo.
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3. Você reparou que, nesta versão da fábula “A Cigarra e a Formiga”, há diálogo entre os personagens.
a - Quais são os personagens?
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b – Quais são as marcas linguísticas que comprovam a existência de diálogo no texto (Fique ligado!, página 44)?
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4. Monteiro Lobato utiliza-se das reticências para produzir sentidos. Identifique os sentidos produzidos por este sinal de pontuação em cada trecho:
a - “– Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...”
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b – “– Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?”
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c – “– Eu cantava, bem sabe...”
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d – “– Isso mesmo, era eu...”
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6. Vamos comparar os textos! Você observou que o desfecho da fábula de Esopo é diferente do lido em Monteiro
Lobato? Escreva a diferença observada nas linhas abaixo.
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