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sábado, 15 de abril de 2017

CRÔNICA A RUA INTERPRETAÇÃO 8º ANO RIO

A RUA (João do Rio - fragmento)

     Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, [...] porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia – o amor, o ódio, o egoísmo. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. [...]
    A rua! Que é a rua?
    A verdade e o trocadilho! Os dicionários dizem: "Rua, do latim ruga, sulco. Espaço entre as casas e as povoações por onde se anda e passeia". A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas por onde se anda nas povoações.
    Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma!
    A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça – a rua criou o garoto!
    Oh! sim, as ruas têm alma! Há ruas honestas, ruas ambíguas, ruas sinistras, ruas nobres, delicadas, trágicas, depravadas, puras, infames, ruas sem história, ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira, ruas guerreiras, revoltosas, medrosas...
    Balzac* dizia que as ruas de Paris nos dão impressões humanas. São assim as ruas de todas as cidades, com vida e destinos iguais aos do homem.

   JOÃO DO RIO. A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997

1- Que revelação o cronista faz para iniciar sua crônica?
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2- Após sua revelação, o cronista expressa a opinião de que se trata de um sentimento
muito pessoal. Que expressão ele usa para qualificar seu sentimento dessa maneira?
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3- Como o cronista expressa aos leitores sua opinião de que se trata de um sentimento
que é também de todos os leitores a que se dirige?
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4- Na opinião do cronista o que iguala, irmana e une todos os habitantes de um local?
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5- Que vocábulo é utilizado, no final do parágrafo, para se referir ao sentimento de amor pela rua e da rua como algo atemporal e um bem que é passado como herança de geração a geração?
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6- Que expressão o cronista utiliza para
a) referir-se a seus leitores? _____________________
b) irmanar-se aos leitores? ______________________

7- “A rua! Que é a rua?” Pelo modo como inicia a segunda parte, que intenção do narrador pode ser percebida, em relação ao assunto da crônica?
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8- A que trocadilho o cronista se refere e que verdade estabelece, a partir do trocadilho?
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9 – Que função tem as aspas (abrindo e fechando), em trecho do 3.º parágrafo?
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10- Em “A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas...”, a que se refere o vocábulo em destaque?
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11- Observe os elementos destacados nos trechos abaixo. Faça a correspondência, de acordo com a relação de circunstância que cada elemento estabelece:
( 1 ) “Espaço entre as casas e as povoações por onde se anda e passeia“ (3.º parágrafo).
( 2 ) “Ora, a rua é mais do que isso ... (4.º parágrafo)
( 3 ) “...ruas tão velhas que bastam para contar a evolução de uma cidade inteira...” (6.º parágrafo)

(   ) comparativa
(   ) causa e consequência
(   ) aditiva

12- Observe que, a partir do trocadilho, o cronista passa a usar o recurso da PERSONIFICAÇÃO e, dessa forma, passa a humanizar a rua. Transcreva dessa parte da crônica o primeiro trecho que indica a personificação:
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13- Pode-se dizer que, na opinião do cronista, o homem faz a rua e a rua faz o homem? Justifique sua resposta com um trecho da crônica:
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