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sábado, 15 de abril de 2017

CONTO PARA CONTAR ESTRELAS INTERPRETAÇÃO 9º ANO RIO

  PARA CONTAR ESTRELA

 Pai, como é que a gente conta estrelas do céu?, perguntou Lelê. O pai, baixando o jornal, foi logo fazendo pose de explicação.

- Bem, existem equipamentos especiais para isso. Eles tiram fotos do céu e fazem medições. E tem o Hubble, que é o bambambã dos telescópios! Mas só os cientistas podem usá-lo. Então, cada um conta com o que tem à mão.

- Ah!, disse Lelê com admiração, mesmo sem ter entendido muito bem (ele ainda estava no segundo ano).

A mãe o chamou na cozinha para um lanche. Ele se sentou à mesa pensando ainda no que o pai tinha dito. Decidiu perguntar para ela também.

- Isso seu pai deve saber. Por que não pergunta para ele?

- Já perguntei. Ele falou várias coisas, mas não entendi direito: o que cada um tem nas mãos e...

- Ora, nas mãos a gente tem dedos! Por que você não conta nos dedos?, disse a mãe, que era bem mais esperta que o pai nos assuntos práticos.

- Hum..., pensou Lelê. Assim eu sei! E foi logo devorando o sanduíche.

Uns minutinhos depois, Lelê já estava no quintal. Olhava para o alto, bem fundo no céu de estrelas. Para começar, mirou a mais brilhante e passou a contar em voz alta: Um... Dois... Três..., recolhendo um dedo de cada vez. Chegou até dez. Olhou para as mãos, olhou para o céu.

Suspirou. O problema é que ele tinha só dez dedos, e o céu tinha muito mais estrelas. 

Desanimado, sentou-se na varanda, apoiando o queixo nas mãos. 

Sua avó, que sempre observava tudo bem quietinha, foi lá falar com ele.

- O que foi, filho?

- Nada...

- Hum. Sabe, eu conheço um jeito de fazer caber todas as estrelas na mão, de uma só vez. 

Lelê olhou desconfi ado, mas fi cou atento, esperando o resto da história.

- Está vendo as estrelas lá em cima? São tão pequenininhas, não é mesmo? Pois então. Basta você olhar bem para elas, como se fossem grãozinhos de areia. Daí você passa a mão, assim, por todo o céu, como se estivesse varrendo, e fecha de uma vez no fi nal! Depois, chacoalha bem e põe em cima do coração, pegando emprestado um pouco da luz delas. 

Ela deu então uma piscadela e foi se levantando para entrar em casa. 

Lelê percebeu uma emoção estranha no peito, sentiu uma saudade imensa da avó, queria que ela morasse com ele para sempre. 

Desde então, sempre que tinha vontade, Lelê contava todas as estrelas do céu. E num punhado só.

1- No texto que você acabou de ler, pode-se perceber as falas de quatro personagens. Quem são eles?
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2- Qual o conflito gerador da narrativa? E o desfecho?
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3- No trecho “─ Bem, existem equipamentos especiais para isso.”, a que se refere o termo destacado?
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4- Qual o objetivo dos parênteses e de seu conteúdo no terceiro parágrafo?
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5- No trecho “Então, cada um conta com o que tem à mão.”, qual o significado da expressão contar com o que se tem à mão?
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6- Que diferença de sentido há em: contar com o que se tem à mão e contar o que cada um tem nas mãos?
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7- Por que o menino sentiu-se desanimado quando começou a contar as estrelas?
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8- Qual foi a sugestão da avó para que o menino pudesse contar todas as estrelas?
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9- Transcreva do último parágrafo a expressão indicadora de tempo:
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10- O uso das reticências é expressivo no texto. Releia os trechos e diga para que foram usadas as reticências.
a) “─ Já perguntei. Ele falou várias coisas, mas não entendi direito: o que cada um tem nas mãos e...
─ Ora, nas mãos a gente tem dedos! Por que você não conta nos dedos?, disse a mãe, que era bem mais esperta que o pai nos
assuntos práticos.”
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b) “ ─ O que foi, filho?
 ─ Nada...”
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11- No texto, várias vezes, aparecem palavras no diminutivo. Qual o efeito que esse uso provoca nos trechos abaixo?
“Sua avó, que sempre observava tudo bem quietinha, foi lá falar com ele.”
“São tão pequenininhas, não é mesmo? Pois então. Basta você olhar bem para elas, como se fossem grãozinhos de areia.
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