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segunda-feira, 30 de março de 2020

BIOGRAFIA TEORIA EXERCÍCIOS 6º ANO ALPHA CHIQUINHA GONZAGA P.204


       BIOGRAFIA TEORIA E ATIVIDADES

FONTE: Costa, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais: 6ºano­­-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.

        Você vai ler um trecho da biografia da compositora e maestrina carioca Chiquinha Gonzaga, primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Além de ser uma mulher pioneira na música, também se envolveu na luta pelo fim da escravidão e pela Proclamação da República do Brasil. Como será que foi a infância dela?

Chiquinha Gonzaga                                                   
                                                                                
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira, não posso negar
Rosa de Ouro é que vai ganhar

       Quem não conhece essa canção?

      Foi em 1899 que Chiquinha Gonzaga compôs essa marchinha para o cordão Rosa de Ouro sair no carnaval. Naquele momento, ela nem suspeitava que Ó abre alas iria atravessar o tempo e permanecer na memória dos brasileiros até os dias de hoje.
       Essa palavra de ordem pedindo passagem para a vitória expressa, de forma clara, o espírito determinado da rebelde sinhazinha do Segundo Reinado, que trocou os salões pelas ruas abrindo alas para as mulheres e para a música brasileira.
       Francisca Edwiges Neves Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro em 1847. Era a mais velha de sete irmãos, filha do tenente José Basileu, de ilustre família de militares, e da mestiça Rosa, só mais tarde aceita pelos Neves Gonzaga.
        Em um sobrado da Rua do Príncipe, no centro do Rio de Janeiro, Chiquinha passou a infância com os irmãos Juca e José Carlos, entre as aulas e o quintal. Adorava brincar de roda; sabia de cor todas as canções de roda e as cantigas de rua. Aos domingos, depois da missa, ia assistir à banda no jardim do Passeio Público.
       Estudou escrita, leitura, cálculo, francês, história, geografia, catecismo e latim, em casa, com um cônego que era professor. Para dar-lhe aulas de piano, o Major Basileu contratou um maestro.
       O tio e padrinho de Chiquinha, Antônio Eliseu, flautista amador, trazia-lhe as novidades musicais nas visitas diárias ao sobrado. Foi ele quem organizou a festa de Natal em que a jovem pianista apresentou sua primeira composição. Tinha, então, onze anos de idade quando compôs a Canção dos pastores, com versos do irmão Juca.
       Era ao piano que Chiquinha passava a maior parte do tempo livre, esquecida do mundo. Não adiantava chamá-la. Só alguns escravos da casa conheciam o truque: assobiavam a melodia que ela estava tocando e a menina logo respondia. Com música, é claro.
       O progresso nos estudos, a inteligência, a curiosidade e o talento de Chiquinha convenceram o militar de que um grande futuro como dama da corte de d. Pedro II esperava por sua filha.
       Quando completou treze anos, o Major começou a pensar em casá-la. Adeus, infância alegre e despreocupada! A inquietação tomou conta da menina, sempre tão firme e decidida.
      Naquela época, multiplicavam-se os bailes e saraus no Rio de Janeiro, iluminado por lampiões a gás. Nos salões imperava o piano e, pouco a pouco, a valsa e a quadrilha foram cedendo lugar à saltitante polca. [...]
       Aos dezesseis anos, Chiquinha estava casada com um noivo escolhido por seu pai. Assim costumava encerrar-se a vida das sinhazinhas do Império. Nada mais viveriam que valesse a pena contar. Porém, no caso de Chiquinha Gonzaga, foi aí que sua história começou.
       O marido não gostava de música. Irritava-se com a dedicação da esposa ao piano. Ela passou a enfrentá-lo e a defender sua vontade. Comandante da marinha mercante, ele fretou um navio de sua propriedade para servir como transporte na Guerra do Paraguai, e teve a ideia, de obrigar Chiquinha a acompanhá-lo na viagem para, com isso, afastá-la do piano.
        O navio carregava soldados, armas e escravos recrutados como "voluntários" da pátria. Horrorizada, Chiquinha presenciou a discriminação com que eram tratados os escravos. A rebeldia transformou-se em revolta. Quando foi proibida pelo marido de utilizar um violão a bordo e intimada a escolher entre ele e a música, não teve dúvida:
       — Pois, senhor meu marido, eu não entendo a vida sem harmonia.
        A decisão de abandonar o casamento custou a Chiquinha a expulsão da família e a maldição paterna: seu pai nunca a perdoou. Naquela época, já era mãe de três filhos. Apaixonou-se, em seguida, por um jovem engenheiro, com quem foi viver longe do Rio, onde ele construía estradas de ferro. Gostava de música esse marido. Dessa união nasceu mais uma filha.
        De novo, o temperamento forte de Chiquinha manifestou-se. Não tolerou uma cena de ciúmes e abandonou o marido. Voltou ao Rio de Janeiro acompanhada apenas do filho mais velho, o único que criou – os outros foram educados pelos pais e familiares. Convencida de sua falta de vocação para o casamento, com ou sem amor, ela decidiu viver de música, pois essa era uma paixão correspondida. [...]
Edinha Diniz. Chiquinha Gonzaga. São Paulo: Moderna, 2001. p. 3-11 (Coleção Mestres da Música no Brasil).

1. Compare o que você imaginou sobre o texto com o que ele realmente apresenta sobre a infância de Chiquinha Gonzaga.
a) Suas hipóteses se confirmaram?
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b) Você gostou do texto? Justifique.
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2. O trecho que você leu é a parte inicial da biografia de Chiquinha Gonzaga, na qual são apresentadas informações a respeito da obra e da personalidade da pianista.
a) Que fato indica que o trabalho desenvolvido pela compositora foi importante?
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b) Algumas características relacionadas à personalidade de Chiquinha são reveladas ao leitor nessa parte do texto. Quais são elas?
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3. Antes de apresentar a infância de Chiquinha, a biógrafa justifica por que a compositora foi importante para a história da música brasileira.
a) Qual é essa justificativa?
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b) De acordo com a biógrafa, o que Chiquinha conquistou: popularidade, dinheiro ou reconhecimento acadêmico?
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4. No texto, há dados relacionados à família de Chiquinha Gonzaga.
a) Quais são as informações a respeito dos pais da compositora?
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b) Por que essas informações são relevantes para a biografia?
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5. No trecho lido, destaca-se a infância da compositora.
a) Que informações indicam o gosto e a habilidade musical de Chiquinha?
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b) Além das informações relacionadas à música, são relatados fatos associados à formação e ao desenvolvimento da menina. Quais são eles?
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c) Por que essas informações são relevantes na biografia?
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ANOTE AÍ
      Biografia é um relato não ficcional em que o biógrafo conta uma história de vida, geralmente de uma personalidade pública. Em geral, o biografado é alguém que se destaca na sociedade por algum motivo: seu exemplo de vida, suas realizações profissionais ou artísticas. Assim, a biografia é publicada considerando que várias pessoas podem ter interesse em sua leitura.


6. Ao longo do texto, descobrimos que o pai de Chiquinha tem uma expectativa: deseja que a filha se torne uma dama da corte de d. Pedro II.
a) O que ele fez para que isso se tornasse realidade? Que acontecimentos parecem ter motivado Chiquinha a se desviar desse rumo?
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b) Que atitude a compositora toma que muda sua vida nesse momento? Quais foram as consequências?
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7. Após esses acontecimentos, há uma série de mudanças na vida da compositora.
a) Por que Chiquinha se muda da cidade do Rio de Janeiro?
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b) Por que ela retorna tempos depois à cidade natal?
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8. Ao longo do texto são apresentadas algumas datas.
a) Quando Chiquinha Gonzaga nasceu? Quando ela compôs seu grande sucesso "Ó abre alas"?
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b) Em uma biografia, qual é a importância das datas?
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9. Sobre a viagem de Chiquinha Gonzaga durante o primeiro casamento, que informação possibilita ao leitor saber em que época esse fato ocorreu?
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ANOTE AÍ
       Uma das características de textos biográficos é a indicação do tempo dos fatos relatados. Essa indicação pode ser feita de forma direta, explicitando a data, ou de forma indireta, por exemplo, relatando fatos históricos ocorridos na época dos fatos da biografia. Indicações da idade do biografado, em certos momentos do relato, sinalizam em que fase da vida a pessoa enfrentou algumas situações.



O CONTEXTO DE PRODUÇÃO

10. O texto dá ao leitor uma ideia de como era a cidade do Rio de Janeiro durante a adolescência de Chiquinha Gonzaga, no fim do século XIX.
a) O que é possível saber sobre a cidade nessa época?
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b) Considerando suas respostas anteriores, a biografia é um texto inventado ou baseado em fatos reais? Por quê?
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11. Chiquinha Gonzaga faleceu em 1935 e sua biografia foi publicada em 2001. De que modo a biógrafa pode ter obtido as informações que apresenta?
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 A LINGUAGEM DO TEXTO

12. A biografia foi escrita em que pessoa do discurso? Justifique, comprovando com um trecho retirado do texto.
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13. A biógrafa afirma que Chiquinha Gonzaga "trocou os salões pelas ruas abrindo alas para as mulheres e para a música brasileira". Qual é o sentido da expressão "abrindo alas" nesse contexto? Por que foi utilizada essa expressão?
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14. Releia esta fala da compositora: "— Pois, senhor meu marido, eu não entendo a vida sem harmonia".
a) Que expressão indica que Chiquinha participa de um diálogo?
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b) No caderno, reescreva a fala de Chiquinha como se tivesse sido contada pela biógrafa. O efeito expressivo da reescrita é igual ao da fala original?
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ANOTE AÍ
       Escritas na terceira pessoa do discurso, as biografias costumam apresentar as falas das personagens com uso de travessões para dar vivacidade ao texto e aproximar o leitor. O uso de recursos expressivos próprios da oralidade também intensifica essa aproximação com o leitor.



9 comentários:

  1. Boa noite, professor! Poderia disponibilizar o gabarito dessas atividades? Obrigada!

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    1. GABARITO:
      1.
      a) resposta pessoal – professor, observe se as hipóteses anteriores se confirmaram.
      b) resposta pessoal – professor, observe se os argumentos apresentados se fundamentam no texto
      2.
      a) O fato de sua marchinha “Ó abre alas” ser conhecida ainda hoje.
      b) Determinação e rebeldia

      3.
      a) A justificativa é que uma marchinha de carnaval composta por ela é conhecida até hoje.
      b) popularidade

      4)
      a) O pai era tenente, pertencia a uma ilustre família de militares, e a ma~e dela era mestiça.
      b) As informações indicam o ambiente familiar de Chiquinha, possibilitando ao leitor saber sua origem e sessu coontexto de vida.

      5.
      a) Ela sabia as cantigas de rua, aos domingos assistia a banda no Passeio Público, e aos 11 anos, apresentou sua primeira composição.
      b) Estudou piano, escrita, leitura, calculo, francês, história, geografia, catecismo e latim.

      6.
      a) Escolheu um noivo para ela. O marido levou Chiquinha em uma viagem para afastá-la do piano. No navio ele a proibe de usar violão e ela se revolta ao ver como os escravos são tratados.
      b) Ela se separa do marido, por isso é expulsa da família.

      7.
      a) Porque se apaixonou por uma engenheiro que trabalha longe.
      b) Separa-se do engenheiro.

      8.
      a) 1847, 1899.
      b) Situar a época em que os fatos relatados aconteceram.

      9. A informação de que a viagem ocorreu durante a Guerra do Paraguai.

      10.
      a) na época a cidade era iluminada por lampioes a gás. Havia bailes e saraus. Nos salões tocavam-se valsas e quadrilhas e a polca ganhava força.
      b) A biografia basei-se em fatos reais, ocorridos com o biografado e emfatos historicos gerais.

      11. Provavelmente a biografa fez pesquisas em livros e documentos diversos para obter as informações.

      12. Foi escrita na terceira pessoa do singular.
      13. Abrir alas é abrir espaços e possibilidades para as mulheres e para a música brasileira.
      14.
      a) “Senhor meu marido” a expressão indica o interlocutor de Chiquinha.
      b) Chiquinha Gonzaga disse ao marido que não entendia a vida sem harmonia “ na reescrita mantem se o conteúdo, mas perde-se expressividade e emoção.

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    2. Muito obrigada pela atenção,professor!

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  2. Boa noite professor Diorges ,o saberia responder c da número 5 minha irmã tá precisando muito dela.

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  3. Muito obrigado que venha postar mais

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  4. Então AQ tbm tem aquele deve maldito🤨

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