SEM GABARITO.
A CASA DO
PESADELO
A estrada
pela qual eu seguia em meu carro deu num campo aberto, deixando o bosque para
trás.
O sol estava se pondo. A fazenda mais
próxima tinha um caminho cinzento que a ligava à estrada.
Acelerei o carro para chegar o quanto
antes à casa e entender o que estava acontecendo, mas corri demais: meu carro
derrapou e se estabacou contra uma árvore.
Levantei-me sem maior dificuldade e fui
examiná-lo. Ficara imprestável. Já era quase noite e eu já começava a ficar
aflito quando apareceu um garoto correndo pelo caminho da casa. Vestia, como
era típico do lugar, uma camisa marrom aberta no peito. Tinha uma expressão que
me incomodava um pouco, porque seu lábio era rasgado. Quando chegou ao local do
acidente, ele não disse nada, mas logo lhe perguntei:
- Onde fica a oficina mais próxima?
- A oito milhas daqui, senhor. – respondeu
com uma péssima pronúncia, por causa do defeito no lábio.
Como a noite já estava caindo, pedi-lhe:
- Posso passar a noite em sua casa?
- Claro, se o senhor quiser. Mas a casa
está bem desarrumada, porque papai não está e mamãe morreu há três anos. Tem
pouca comida.
- Não tem importância. Trouxe algumas
provisões. – retruquei e fomos juntos à sua casa.
No caminho até a sua casa senti uma brisa
estranha, um cheiro de vegetação desagradável. Ao chegar vi que tudo estava
mesmo muito largado.
O garoto me instalou amavelmente num
quarto pegado à entrada. Como não havia luz na casa toda, peguei três velas na
minha mala. Serviram-me para iluminar meu quarto e a cozinha. Mal me acomodei,
acendi a lareira e comecei a preparar o jantar com o que trazia. O garoto
comentou que já havia jantado e não estava com fome. Achei estranho para um
garoto da sua idade, ainda mais com aquele aspecto de quem passava
necessidades, mas eu não quis dizer nada. Aproximou-se do fogo e pôs-se a
aquecer as mãos.
- Está com frio? – perguntei.
- Sempre estou.
Aproximou-se tanto das chamas da lareira
que temi fosse se queimar, mas ele parecia não sentir o fogo. Preparado o
jantar, pus a mesa na cozinha mesmo e jantei – sozinho e rápido. Conversamos um
pouco, porque não era tarde, e o garoto me acompanhou à varanda. Sentou-se no
chão, enquanto eu me embalava gostosamente numa cadeira de balanço.
- O que você faz quando seu pai não está?
– perguntei.
- Nada, só deixo o tempo passar. Ninguém
nunca vem nos visitar. A gente daqui diz que essa casa é mal-assombrada.
- Você já viu algum fantasma? – perguntei
intrigado.
- Ver, eu nunca vi. Mas posso senti-los.
De repente, senti como se um fino véu
deslizasse suavemente pelo meu rosto. Levantei-me de repente.
- Ei! Você viu? – exclamei confuso.
- Não vi nada. O que foi?
- Não sei... Um véu. Roçou-me no rosto –
expliquei.
- Não tenha medo. Deve ser um dos
fantasmas que correm pela casa. Na certa é minha mãe. – disse ele
tranquilamente.
Naquele momento, achei que o garoto não
regulava bem. Despedi-me dele, desejei-lhe boa noite e fui dormir, agora já
meio desconfiado. Caí num sono profundo mas, passado um bom tempo, um sonho
arrepiante me acordou. Um pesadelo terrível: ali mesmo, no meu quarto, uma
enorme fera, como que um javali disforme, de presas ameaçadoras, grunhia diante
de mim. Tinha uma atitude muito agressiva e pusera suas patas na cama, a ponto
de pular em cima de mim.
Acordei suando, apavorado. Não consegui mais dormir. Quis chamar o
garoto, e só então me dei conta de que não sabia seu nome. Não tinha pensado em
perguntá-lo e ele não tinha se apresentado. Gritei ‘oi’ repetidas vezes, mas
ninguém respondeu. Só ouvi o eco dos meus gritos entre aquelas paredes vazias.
Sentia meu coração bater como se fosse sair pela boca.
Não estava gostando nada daquilo. Resolvi
então ir embora daquela casa sem perder nem mais um minuto. Para não ser mal
agradecido, deixei algum dinheiro em cima da mesa da cozinha. Saí, segui a
estrada a pé, decidido a encontrar a tal oficina. O sol já tinha raiado quando
cheguei à primeira fazenda. Um homem veio ao meu encontro.
Contei-lhe meu acidente de automóvel da
noite anterior e ele me perguntou onde tinha passado a noite. Ao lhe explicar onde
tinha dormido, olhou para mim com cara de incredulidade.
- Como é que lhe passou pela cabeça entrar
ali? Não sabe o que dizem dessa casa?
- O garoto me levou – respondi.
- Que garoto?
- O do lábio rasgado – afirmei com
segurança.
Com
cara de quem havia compreendido tudo, me perturbou com suas palavras:
- Desta vez não há dúvida. Esse garoto que
o levou até a casa é um fantasma. Você não sabia, não é? Ele morreu há seis
meses.
( A casa
do pesadelo, de Edward White. Em O grande livro do medo )
Atividades
1. Leia atentamente os trechos retirados
do texto acima e copie os trechos, trocando as palavras destacadas por um
sinônimo. Se necessário, utilize um dicionário:
a.
“Já era quase noite e eu já começava a ficar aflito”.
R: ________________________________________________________
__________________________________________________________
b.
“...passado um bom tempo, um sonho arrepiante
me acordou...”
R:
_____________________________________________________
________________________________________________________
c.
“Não tinha pensado em perguntá-lo”.
R:
______________________________________________________
d.
“Como é que lhe passou pela cabeça
entrar ali?”
R:
_______________________________________________________
__________________________________________________________
2.
Leia
as informações abaixo e classifique-as em V ( verdadeiras ) ou F (falsas ):
a.
O
carro do narrador chocou-se contra uma árvore. ( )
b.
O
menino logo ofereceu abrigo ao narrador. (
)
c.
O
narrador ficou incomodado com a aparência do garoto. ( )
d.
A
mãe do menino estava ocupada e não pôde receber o homem. ( )
e.
Quando
o homem foi embora da casa, o menino ainda dormia. ( )
f.
O
narrador teve um aterrorizante encontro com um fantasma. ( )
3.
Encontre
no texto dez palavras que tenham encontro consonantal e circule-as de vermelho.
Depois, encontre outras dez palavras com dígrafo e circule-as de amarelo. Anote
as palavras abaixo, no local correto:
Palavras
com encontro consonantal: ____________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
Palavras
com dígrafo: ________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
4.
Agora,
anote as palavras encontradas na tabela abaixo, em ordem alfabética. Em
seguida, separe as sílabas:
Palavras em Ordem Alfabética
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Separação de Sílabas
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5.
Quando
você classificou as palavras em encontros consonantais e dígrafos, certamente
utilizou critérios específicos. Explique abaixo como você fez para
diferenciá-las e escolhê-las:
R:
________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6.
O
texto ‘A Casa do Pesadelo’ é um conto de terror e tem a intenção de passar o
sentimento de medo para os leitores. Ao ler este tipo de narrativa, o leitor
costuma se colocar no lugar do narrador e imaginar outras atitudes que teria
tido ao ser ele. Escreva abaixo como você agiria nas seguintes situações
sugeridas ao longo da narrativa:
a.
O
que você faria após bater o carro na árvore?
R:
________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
b.
O
narrador pede abrigo ao garoto. Você teria feito o mesmo? Justifique sua
resposta:
R:
_______________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
c.
O
que você faria ao saber que o menino já havia morrido há seis meses?
R:
________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirsuave
ResponderExcluirBom essa história
ResponderExcluirTem as respostas?
ResponderExcluirCadê as respostas
ExcluirESSA ATIVIDADE EU NÃO TENHO O GABARITO.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAchei bem interessante, gostaria muito de receber os textos.
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