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sábado, 25 de fevereiro de 2017

CRONICA INTERPRETAÇÃO OUTRO DIA

A outra noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.

(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.

Vocabulário: 1. torpe: repugnante   2. veementes: animados

Após ler o texto, assinale a alternativa correta nas questões 1 e 3 e responda as demais:

1.Como era a noite vista pelo taxista e pelo amigo do narrador?
(   ) calor e chuva                (   ) vento e chuva                          (   ) luar lindo                       (   ) lua cheia

2. Como era a noite para o narrador?­­­­­­­__________________________________________________________
.                                   .
3. Considerando a maneira como é narrada, a reação do taxista (no final), pode-se inferir que ele ficou:
(   ) sensibilizado com a conversa                                            (   ) curioso por mais informações.
(   ) agradecido com o presente.                                              (   ) desconfiado com o pagamento

4. A outra noite a que o título se refere seria a vista somente pelo narrador ou aquela que o taxista e seu amigo enxergavam?_________________________________________________________________________

5. O que faz com que diferentes personagens vejam  diferente noites?
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6. Que fato do cotidiano a crônica que você leu explora?
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7. Nesse texto, o narrador é personagem? Justifique sua resposta copiando um trecho do texto.
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 gabarito, clique abaixo



1.(X ) vento e chuva    
2. Um luar lindo, e as nuvens lá de cima eram alvas, uma paisagem irreal.
3. ( X) sensibilizado com a conversa    
4. Vista pelo narrador
5. Cada pessoa tem seu ponto de vista, de acordo com sua visão de mundo.
6. Uma conversa banal sobre o tempo durante uma corrida de táxi.
7. Sim, é personagem, indicado pelo uso da 1ª pessoa:

“Outro dia fui a São Paulo...”
...”meu amigo”

“E, quando saltei...”

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