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quarta-feira, 10 de junho de 2020

O COMPADRE DA MORTE GABARITO ARARIBÁ


CONTO O COMPADRE DA MORTE ARARIBÁ 6º ANO

O conto que você vai ler a história de um homem que conseguiu enganar a Morte.
1. Que artimanhas você imagina que ele arranjou para enganar a Morte?
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2. quem você acha que, afinal, vai vencer esse jogo?
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O COMPADRE DA MORTE

       Diz que era uma vez um homem que tinha tantos filhos que não achava mais quem fosse seu compadre. Nascendo mais um filhinho, saiu para procurar quem o apadrinhasse e depois de muito andar encontrou a Morte a quem convidou. A Morte aceitou e foi a madrinha da criança. Quando acabou o batizado voltaram para casa e a madrinha disse ao compadre:
       - Compadre! Quero fazer um presente ao meu afilhado e penso que é melhor enriquecer o pai. Você vai ser médico de hoje em diante e nunca errará no que disser. Quando for visitar um doente me verá sempre. Se eu estiver na cabeceira do enfermo, receite até água pura que ele ficará bom. Se eu estiver nos pés, não faça nada porque é um caso perdido.
        O homem assim fez. Botou aviso que era médico e ficou rico do dia para a noite porque não errava. Olhava o doente e ia logo dizendo:
      - Este escapa!
     Ou então:
     - Tratem do caixão dele!
     Quem ele tratava, ficava bom. O homem nadava em dinheiro.
      Vai um dia adoeceu o filho do rei e este mandou buscar o médico, oferecendo uma riqueza pela vida do príncipe. O homem foi e viu a Morte sentada nos pés da cama. Como não queria perder a fama, resolveu enganar a comadre, e mandou que os criados virassem a cama, os pés passaram para a cabeceira e a cabeceira para os pés. A Morte, muito contrariada, foi-se embora, resmungando.
       O médico estava em casa um dia quando apareceu sua comadre e o convidou para visitá-la.
      - Eu vou, disse o médico - se você jurar que voltarei!
      - Prometo! - disse a Morte.
      Levou o homem num relâmpago até sua casa.
      Tratou muito bem e mostrou a casa toda. O médico viu um salão cheio-cheio de velas acessas, de todos os tamanhos, uma já se apagando, outras viva, outras esmorecendo. Perguntou o que era:
      É a vida do homem. Cada homem tem uma vela acessa. Quando a vela acaba, o homem morre.
      O médico foi perguntando pela vida dos amigos e conhecidos e vendo o estado das vidas. Até que lhe palpitou perguntar pela sua. A Morte mostrou um cotoquinho no fim.
      - Virgem Maria! Essa é que é a minha? Então eu estou, morre-não-morre!
     A Morte disse:
    - Está com horas de vida e por isso eu trouxe você para aqui como amigo mas você me fez jurar que voltaria e eu vou levá-lo para você morrer em casa.
     O médico quando deu acordo de si estava na sua cama rodeado pela família. Chamou a comadre e pediu:
    - Comadre, me faça o último favor. Deixe eu rezar um Padre-Nosso. Não me leves antes. Jura?
   - Juro -, prometeu a Morte.
   O homem começou a rezar o Padre-Nosso que estás no céu... E calou-se. Vai a Morte e diz:
   - Vamos, compadre, reze o resto da oração!
   - Nem pense nisso, comadre! Você jurou que me dava tempo de rezar o Padre-Nosso mas eu não expliquei quanto tempo vai durar minha reza. Vai durar anos e anos...
     A Morte foi-se embora, zangada pela sabedoria do compadre.
     Anos e anos depois, o médico, velhinho e engelhado, ia passeando nas suas grandes propriedades quando reparou que os animais tinham furado a cerca e estragado o jardim, cheio de flores. O homem, bem contrariado disse:
       - Só queria morrer para não ver uma miséria destas!...
        Não fechou a boca e a Morte bateu em cima, carregando-o. A gente pode enganar a Morte duas vezes mas na terceira é enganado por ela.

(CASCUDO, Luís da Câmara.Contos tradicionais do Brasil. Belo Horizonte; São Paulo, Itatiaia, Editora da Universidade de São Paulo, 1986. Texto Adaptado)
Fonte: Livro: JORNADAS.port – Língua Portuguesa - Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho – 6º ano – Editora Saraiva. p.120 a 123.


1. Considerando as respostas que você deu antes de ler o conto, suas expectativas foram confirmadas ou você se surpreendeu ao ler a história?
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2. Por se ter tornado madrinha, a Morte resolveu presentear o homem, pai de seu afilhado, tornando-o um homem rico.
a) Em sua opinião, esse foi um bom presente? Por que?
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b) E o que o homem precisava fazer para ganhar esse presente?
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c) É possível dizer que o compadre se tornou realmente um médico?
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3. Quando foi chamado pelo rei para ver o príncipe que adoecera, o que fez o homem ao ver a Morte nos pés da cama? Por que ele teve essa atitude?
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Essa atitude nos faz supor que o homem estava certo de que poderia descumprir o trato. Você concorda com essa ideia de descumprir um trato com alguém? Por quê?
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4. Releia a frase que encerra o conto.
A gente pode enganar a Morte duas vezes, mas na terceira é enganado por ela.
Como o homem conseguiu tapear a Morte por duas vezes seguidas? Descreva cada uma das situações.
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5. Releia este trecho;
_ nem pense nisso, comadre! Você jurou que me dava tempo de rezar o Padre Nosso, mas eu não expliquei quanto tempo ia durar minha reza. Vai durar anos e anos...
 A Morte foi embora, zangada pela sabedoria do compadre.

Em sua opinião essa característica do compadre pode mesmo ser considerada sabedoria? Justifique sua resposta.
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6. No conto não foram usadas ou expressões para caracterizar as personagens. De que forma é possível perceber, então, que o compadre é meio enganador?
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DE OLHO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS


7. Releia esse trecho do conto.
Quem ele tratava ficava bom. O homem nadava em dinheiro.
Qual o sentido da expressão “nadava em dinheiro”?
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8. Agora releia esta frase e escreva qual é o sentido dela.
Levou o homem num relâmpago até a sua casa.
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9. Releia o trecho a seguir.
O médico foi perguntando pela vida dos amigos e conhecidos e vendo o estado das vidas. Até que lhe palpitou perguntar pela sua.
A0 Qual o significado de “lhe palpitou”?
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b) Você conhecia esse uso do verbo palpitar?
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10. relei esta fala do homem que conversa com sua comadre.
_ Virgem Maria! Essa é a minha?! Então eu estou morre não morre?!
a) Qual a função do ponto de exclamação depois de “Virgem Maria”?
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b) Observe que as outras duas frases terminam com um ponto de interrogação e um ponto de exclamação. Qual a função desses pontos juntos na fala da personagem?
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O CONTO POPULAR


11. Existe algum elemento que indique que o conto “O compadre da Morte” faz parte da cultura brasileira?
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12. Em relação as personagens do conto responda.
a)  Quem são as protagonistas?
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b) É possível saber o nome dessas personagens? De que forma são chamadas pelo narrador do conto?
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c) Quais são as características psicológicas do homem?
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13.  O conto é uma narrativa ficcional.
a) Copie do texto palavras e expressões que indicam o tempo em que os fatos vão acontecendo.
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b) Qual é o tempo verbal predominante na história? Justifique sua resposta com uma passagem do texto.
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c) Sabemos a data exata em que se passam os fatos narrados?
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d) No conto o narrador participa da história? O foco narrativo é em primeira ou terceira pessoa?
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14. Alaíde Lisboa de oliveira não criou essa história; ela apenas a ouviu e recontou. Quem seria então o autor desse conto popular?
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15. há algum ensinamento transmitido por esse conto? Se sim, qual?
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Os contos populares ou tradicionais revelam as características e a visão de mundo de cada cultura. Eles não têm autoria conhecida, pois surgiram no imaginário das pessoas e são contados e recontados oralmente, de geração em geração, preservando a memória de um povo ou grupo. Nesses contos, o tempo é indeterminado e eles geralmente trazem um ensinamento.
       Veja como a ação está organizada em “O compadre da morte”.
Situação inicial – O homem procura quem apadrinhe seu filhinho e encontra a Morte, que lhe dá de presente um meio de se tornar rico.
Conflito – o filho do rei adoece e vai morrer, e o homem não quer perder sua fama.
Clímax – o homem vê na casa da morte a vela da sua vida já bem pequena.
Desfecho – o homem, já velhinho, vendo seu jardim de flores estragado, diz que preferiria morrer ao ver aquela miséria, e a Morte o leva.

O enredo – A forma como os fatos são apresentados ao leitor constitui o enredo.
Em “O compadre da Morte” os momentos da ação (situação inicial, conflito, clímax e desfecho) estão organizados em ordem linear, isto é, são apresentados na ordem em que acontecem.



GABARITO:

 

1. Resposta pessoal.

 

2. a) Resposta pessoal.

b) O homem teria de fingir--se de médico e obedecer às ordens de sua comadre, que se colocaria nos pés da cama, quando o doente seria um caso perdido; ou na cabeceira, quando o doente se salvaria até com um simples copo de água.

c) O compadre não se tornou um médico. Ele era ajudado pela Morte; sem a ajuda sobrenatural dela, não seria possível saber se os pacientes viveriam ou não.

 

3. Ao ver a morte nos pés da cama, o homem pede que seus criados virem a cama do filho do rei, confundindo a Morte. Ele queria manter a fama e ficar com a riqueza que o rei oferecia.

Resposta pessoal.

 

4. Na primeira vez, o homem pede que seus criados virem a cama em que se encontrava

o filho do rei, confundindo a Morte, que já havia dado a sua sentença.

Na segunda vez, ele pede para rezar um Padre-Nosso antes de morrer. A Morte concede o desejo, porém o homem não conclui a oração.

 

5. Resposta pessoal.

 

6. As atitudes da personagem revelam também suas características.

 

DE OLHO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS

 

7. Significa que tinha dinheiro de sobra, mais do que o suficiente.

8. Rapidamente, num brevíssimo espaço de tempo.

 

9. a) Até que teve o palpite ou a ideia de perguntar pela sua.

b) Resposta pessoal.

 

10. a) Mostrar que o tamanho da vela causou espanto.

b) Interrogação seguida de exclamação mostra que, além de questionar, a personagem

também está muito surpresa.

 

O CONTO POPULAR

 

11. Não. Este conto, assim como os contos populares, tem um caráter universal. Suas personagens são figuras comuns reconhecidas em qualquer lugar.

 

12. a) São duas personagens: o Compadre e a Morte.

b) Não. No texto, as personagens são chamadas pelo narrador apenas de “o homem” e “a morte”.

c) Sua sabedoria está mais ligada à astúcia e à esperteza.

 

13. a) Depois de muito andar”; “Quando acabou o batizado”; “De hoje em diante”; “Vai um dia”; “Quando”; “Anos e anos depois”.

b) É o pretérito: “O médico, quando deu acordo de si, estava na sua casa rodeado pela família. Chamou a comadre e pediu”.

c) Não. O espaço é indeterminado e não é possível saber precisamente quando e onde ocorre a história.

d) Não. O fato de o foco narrativo estar em terceira pessoa do singular indica

que o narrador não é uma personagem, mas sim um observador.

14. O conto popular não tem um autor. Trata-se de uma narrativa que é contada de geração em geração.

 

15. Sim. Nesse conto o ensinamento é o de que a esperteza e a malandragem não trazem favorecimentos ao malandro; não se pode enganar as pessoas o tempo todo.


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