CRÔNICA HOMEM NO MAR ALPHA 7º ANO P. 84
No texto o cronista observa um homem nadando no mar. O que
será que pode unir esse cronista ao nadador? Como você imagina que um deles
pode afetar a vida do outro? Leia a crônica em busca das respostas para essas
perguntas.
Homem no Mar
Rubem Braga
De minha varanda vejo, entre árvores
e telhados, o mar. Não há ninguém na praia, que resplende ao sol. O vento é nordeste,
e vai tangendo, aqui e ali, no belo azul das águas, pequenas espumas que
marcham alguns segundos e morrem, como bichos alegres e humildes; perto da
terra a onda é verde.
Mas percebo um movimento em um
ponto do mar; é um homem nadando. Ele nada a uma certa distância da praia, em
braçadas pausadas e fortes; nada a favor das águas e do vento, e as pequenas
espumas que nascem e somem parecem ir mais depressa do que ele. Justo: espumas
são leves, não são feitas de nada, toda sua substância é água e vento e luz, e
o homem tem sua carne, seus ossos, seu coração, todo seu corpo a transportar na
água.
Ele usa os músculos com uma calma
energia; avança. Certamente não suspeita de que um desconhecido o vê e o admira
porque ele está nadando na praia deserta. Não sei de onde vem essa admiração,
mas encontro nesse homem uma nobreza calma, sinto-me solidário com ele,
acompanho o seu esforço solitário como se ele estivesse cumprindo uma bela
missão. Já nadou em minha presença uns trezentos metros; antes, não sei; duas
vezes o perdi de vista, quando ele passou atrás das árvores, mas esperei com
toda confiança que reaparecesse sua cabeça, e o movimento alternado de seus
braços. Mais uns cinquenta metros, e o perderei de vista, pois um telhado a
esconder? Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta metros; isto me parece
importante; é preciso que conserve a mesma batida de sua braçada, e que eu o
veja desaparecer assim como o vi aparecer, no mesmo rumo, no mesmo ritmo,
forte, lento, sereno. Será perfeito; a imagem desse homem me faz bem.
É apenas a imagem de um homem, e
eu não poderia saber sua idade, nem sua cor, nem os traços de sua cara. Estou
solidário com ele, e espero que ele esteja comigo. Que ele atinja o telhado
vermelho, e então eu poderei sair da varanda tranquilo, pensando — "vi um
homem sozinho, nadando no mar; quando o vi ele já estava nadando; acompanhei-o
com atenção durante todo o tempo, e testemunho que ele nadou sempre com firmeza
e correção; esperei que ele atingisse um telhado vermelho, e ele o
atingiu".
Agora não sou mais responsável por
ele; cumpri o meu dever, e ele cumpriu o seu. Admiro-o. Não consigo saber em
que reside, para mim, a grandeza de sua tarefa; ele não estava fazendo nenhum
gesto a favor de alguém, nem construindo algo de útil; mas certamente fazia uma
coisa bela, e a fazia de um modo puro e viril.
Não desço para
ir esperá-lo na praia e lhe apertar a mão; mas dou meu silencioso apoio, minha
atenção e minha estima a esse desconhecido, a esse nobre animal, a esse homem,
a esse correto irmão.
Janeiro, 1953.
Extraído do livro "A Cidade e a Roça", Editora do Autor - Rio
de Janeiro, 1964, pág. 11.
1.Após a leitura, as hipóteses levantadas sobre o que unia o
cronista ao nadador se confirmaram? Explique.
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2. No primeiro parágrafo da crônica, identificamos onde o
cronista se encontra ao observar o fato cotidiano que inspira o texto.
a) Que lugar é esse?
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b) Qual é o ângulo de visão que o cronista tem do mar?
Explique.
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c) Como o clima está nesse dia?
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3. No segundo parágrafo, o cronista apresenta o fato que vê
no mar.
a) o que o cronista percebe ao comparar o nadador ás espumas
do mar?
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b) Como ele avalia e justifica essa percepção?
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4.A partir do terceiro parágrafo, o cronista revela seus
sentimentos em relação à cena que observa.
a) Quais são os sentimentos do cronista em relação ao
nadador?
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b) De que forma ele justifica esses sentimentos?
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c) O interesse do cronista pelo nadador é correspondido/
Explique.
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d) Que pistas indicam que o cronista observa o nadador com
atenção?
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5. No quarto parágrafo, o cronista afirma: “É apenas a
imagem de um homem, e eu não poderia saber sua idade, nem sua cor, nem os
traços de sua cara” Que item explica a importância desse fato na crônica?
I. Esse fato é importante porque, se o homem fosse jovem, o
cronista não ficaria tão admirado por ele nadar bem.
II. A passagem comprova que a admiração do cronista pelo
nadador não se prende a nenhuma característica particular daquele individuo.
III. de acordo com o trecho, podemos perceber que o homem
nada a uma grande distância do cronista, o que justifica a sua admiração por
ele.
6. Ainda o quarto parágrafo, apesar de avaliar que o nadador
não sabe que está sendo observado, o cronista afirma: “Estou solidário com ele,
e espero que ele esteja comigo” Explique o que você entende dessa afirmação.
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7. No segundo parágrafo, o cronista admite que admira o
nadador, mas não sabe o motivo desse sentimento. No quinto, ele chega a uma
conclusão. Qual?
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8. Em sua opinião, a cena na praia que chamou a atenção do
cronista teria tido o mesmo efeito sobre outros observadores? Por quê?
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9.Considerando o que você observou a respeito dos
sentimentos expressos na crônica , qual é a reflexão proposta no texto?
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FONTE:
COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental:
anos finais: 7ºano-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018. P. 84
cade as resposta
ResponderExcluirJá terminei
Excluirquais sao as respostas? pfvr me ajuda
ExcluirFalto só as respostas.
ResponderExcluirAs perguntas se encontram na página 84 do livro geração alpha língua portuguesa 7.
ResponderExcluirCadê as respostas
ResponderExcluirQuero as respostas
ResponderExcluirCadê as respostas eu preciso
ResponderExcluirCadê a resposta man
ResponderExcluir