CRÔNICA MEXERIQUEIRA EM FLOR
ALPHA 7º ANO P. 97
Olivia mostra ao pai um caroço de mexerica. Que relação pode
existir entre esse fato e o título da crônica? Que reação você acha que o pai
tem ao vê-la com esse caroço na mão? Como você imagina que o texto se
desenvolve?
Mexeriqueira em flor
Olivia vem
correndo, para na minha frente, mostra o caroço de mexerica e faz a pergunta
favorita de seus dois anos e meio de vida: “Papai, o que é isso?”. Quase sem
tirar os olhos do jornal – com essa displicência da qual vou me arrepender
muito quando ela for grande e já tiver suas próprias respostas –, digo “É um
caroço”.
Olivia, porém,
continua ali, ansiosa, olhando pro caroço, olhando pra mim. Óbvio, “caroço” não
significa nada e ela quer, ou melhor, precisa saber que diabo de bolinha é
aquela que estava dentro da fruta. Abaixo o iPad, explico que se a gente puser
aquele caroço num vaso nasce uma planta e a planta vira uma árvore e a árvore
dá um monte de mexerica. Como um céu nublado se abrindo ao sol em efeito
“time-lapse”, a curiosidade dá lugar ao deslumbre. “Papai, vamos plantar o
caroço?! Vamos plantar o caroço?! Vamos plantar o caroço?!”. Vamos plantar o
caroço.
Saímos pro
jardim, enfiamos o caroço num pequeno vaso amarelo, onde jazem os restos
semimumificados de uma violeta – e só me dou conta da encrenca em que me meti
quando, de volta ao sofá, vejo minha filha acocorada, imóvel, lá fora. “Olivia,
que que cê tá fazendo aí?”. “Esperando a árvore.”
Explico que não
é assim. Que demora. Que a gente tem que regar e aguardar uns dias, mas a minha
suposta calma esconde uma ponta de pânico: e se essa semente não brotar? Será,
sem dúvida, a maior frustração daqueles 30 meses de vida. Ao deitar a cabeça no
travesseiro, relembro minhas palavras com um eco bíblico: “Se a gente puser o
caroço num vaso... aso... aso... Nasce uma árvore... ore... ore...”.
São dias de
angústia na Alameda dos Araçás. A cada manhã, Olivia me faz ir direto do berço
ao jardim. Voltando da escola, a primeira parada é o vaso amarelo. Regamos
juntos. Olhamos a terra de perto, por minutos a fio. Ela metralha perguntas:
que tamanho terá a árvore? Vai poder comer mexerica antes do almoço? Vai poder
levar mexerica pra escola? Respondo sem olhá-la no olho.
Na terceira
noite de tribulação, proponho à minha mulher um esquema fraudulento. Compramos
uma muda. Plantamos na madrugada. Ou arrumamos logo uma mexeriqueira em flor,
cheia de frutas, já com balanço e casa na árvore. A Julia só me faz uma
pergunta: “Caso a semente não germine, será que é a Olivia quem não vai
aguentar a frustração?”.
Brigo com a
Julia, critico sua psicanálise de botequim e viro pro lado ciente de que ela
tem toda razão. Percebo que, desde o apito inicial de Brasil e Alemanha, não
acalento nenhuma esperança. De lá pra cá, foi tudo 7 x 1. Sete a um na
política. Sete a um na economia. Onde não tem lama, é deserto: uma aridez
total. E, de uma hora pra outra, essa semente que vai virar planta que vai
virar árvore que vai dar um monte de mexerica. Ou não vai?
Na quarta
manhã, nem tenho coragem de ir lá fora. Abro a porta e deixo a Olivia sair
correndo. Engulo a seco. Então ouço seus gritos de euforia. Vou apressado até o
vaso amarelo: ao lado dos despojos da violeta nasceu, tímida e espalhafatosa,
uma Maria Sem Vergonha. “Papai! Você plantou uma flor! Você plantou uma flor!
Você plantou uma flor!”. Olivia abraça a minha perna, dá uns pulos pela grama,
depois segue pra sala, com passos decididos, para cuidar de outros assuntos.
1.As hipóteses levantadas sobre a crônica se confirmaram
após a leitura?
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2. No início da crônica, como o pai reage ao questionamento
da filha? Por que ele pode se arrepender de ter reagido assim quando ela tiver
crescido?
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3. Após plantar o caroço de mexerica, o pai percebe que está
em uma encrenca. O que o preocupa a principio e por que essa preocupação se
intensifica?
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4. nos dias seguintes, Olivia faz perguntas sobre a
mexeriqueira ao pai, que responde aos questionamentos “sem olhá-la no olho”. Por
quê?
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5. No sexto parágrafo do texto, o pai propõe a esposa que
engane a filha.
a) Ao responder à proposta dele, a esposa faz uma pergunta.
Que afirmação está explicita nessa pergunta e o que ele pensa sobre essa
afirmação?
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b) Que justificativas ele apresenta para se sentir dessa
forma?
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c) Qual é o desfecho da situação vivida por pai e filha?
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d) Pode-se dizer que o desfecho foi satisfatório para Olivia.
Justifique.
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e) Releia a última sentença do parágrafo. Com base nela
pode-se supor que a preocupação do pai com a frustração de Olivia fosse
exagerada? Por quê?
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FONTE:
COSTA, Cibele Lopresti, Geração Alpha Língua portuguesa: ensino fundamental:
anos finais: 7ºano-2ª ed. - São Paulo: Edições SM, 2018.
queria a resposta
ResponderExcluire eu tmb mano queria
ExcluirEsta atividade está sem o gabarito, mas no blog há o livro com as respostas.
ExcluirQual o nome do livro em que está o gabarito?
ResponderExcluirQual o nome do livro que está o gabarito das perguntas mexeriqueira se flor
ResponderExcluirComo é ar resposta
ResponderExcluir